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Destaques - Especiais - 25 de dezembro de 2018

Dayana Segovia, 22, uma colombiana em evolução nas mãos de Rizola

Comandada pelo brasileiro na seleção e no São Caetano, oposto mostra crescimento


A oposto colombiana Dayana Segovia, de 22 anos, realizou o desejo que sempre expressava para as amigas do esporte: atuar no vôlei brasileiro. Jogadora da seleção da Colômbia, comandada pelo técnico Antonio Rizola, aceitou o convite para jogar no São Cristóvão Saúde/São Caetano na Superliga Cimed Feminina 2018/2019 e é uma das estrangeiras da competição.

No primeiro turno, Dayana já levou o Troféu VivaVôlei na vitória contra o Balneário Camboriú, marcou 28 pontos na partida contra o Sesi Bauru, campeão paulista, e está em quarto entre as pontuadoras da competição, com 135 pontos, atrás apenas da polonesa Skowronska, do Hinode/Barueri, da cubana Herrera, do Pinheiros, e de Ivna, do Balneário Camboriú.

A atleta nasceu no município de Turbaco, na Colômbia, onde começou a jogar aos 14 anos num clube pequeno.

– Uma vizinha jogava e me convidou para ir também. No início, eu dizia que não. Ela me chamou várias vezes, até que fui, gostei e fiquei – conta.

Jogou a temporada de 2015/2016 no Boca Juniors, Argentina, em 2016/2017 no Kangasala, na Finlândia, e em 2017/2018 no Rote Raben Vilsbiburg, na Alemanha.

– Eu acompanhava pela internet os jogos da Superliga e gostava de ver que os ginásios tinham público e o jogo era muito bom, bem competitivo. Falava para as minhas colegas que queria jogar no Brasil.

Diferentemente de muitos compatriotas colombianos, não tem time de futebol. Gosta mesmo de softbol – tem tias que jogam e a mãe, Nubia, também praticou a modalidade – e beisebol. Sua comida favorita é arroz de coco com peixe frito – o técnico Rizola disse que ela cozinha bem este prato -, gosta de séries, filmes e música e de sair para o shopping. A estrangeira está bem adaptada a São Caetano do Sul, uma cidade “pequena como onde vivia”.

Rizola diz que quando chegou à Colômbia a jogadora já estava no grupo do Mauro Marasciulo, um brasileiro que iniciou o processo de formação de uma geração que chegou ao vice-campeonato sul-americano sub-23 – perdeu só para o Brasil – e tinha perspectivas de crescimento. A Dayana era a primeira reserva como oposto, quando as referências na posição, dentre elas Madelaynne Montaño, decidiram não jogar mais.

Dayana com o Troféu VivaVôlei (Osvaldo F./Contrapé)

– No problema surgem as oportunidades e a Dayana teve a chance de ser titular da seleção. Foi destaque, apareceu para o mundo, fez um Grand Prix espetacular, no Sul-Americano, contra Brasil, Argentina, Peru… foi sempre uma das maiores pontuadoras, mostrou personalidade e que é uma pessoa muito boa. Ela tem qualidade como ser humano, ajuda as pessoas, fala pouco, fica no lugar dela, sempre se cobra. Já havia manifestado o interesse de jogar no Brasil. No ano passado, eu tinha indicado a Maria Alejandra para a Superliga B e quando tive a possibilidade de trazer a Maria Alejandra para cá e uma segunda estrangeira ela foi a primeira pessoa em quem eu pensei – contou Rizola.

O treinador disse que as duas atletas também poderão evoluir muito no Brasil levando essa qualidade para a seleção da Colômbia.

– No jogo contra o Bauru Dayana fez 28 pontos – nunca fez 30 pontos em uma partida, está evoluindo. Teve uma partida em que não foi bem, mas agora ela está aprendendo – completou o técnico.

Abaixo conheça um pouco melhor da destaque colombiana do São Caetano:

Você está adaptada a São Caetano do Sul?

É uma cidade tranquila, gosto muito de viver aqui. Me adaptei muito fácil, acredito que é porque é um lugar muito parecido com minha cidade na Colômbia. As pessoas me acolheram bem. Estou muito tranquila aqui.

E com o time? Você já foi a maior pontuadora em um jogo, ganhou o VivaVôlei em outro, está entre as maiores pontuadora da Superliga.

Eu creio que já me adaptei ao time, estou fazendo o meu jogo, como tem de ser, tranquila. Sinto em meu papel é ajudar a equipe. Se uma não está bem a outra tem de dar 110% por cento, um pouquinho mais, para ajudar as companheiras. Estou muito feliz por ter ganhado o VivaVôlei – sei que só uma ganha e é difícil de conseguir. E quanto a ser a maior pontuadora da equipe… Não penso nisso. Sigo trabalhando, treinando, fazendo todas as coisas que tenho de fazer para ajudar o time, o que é o principal.

Contra Bauru foram 28 pontos marcados (Osvaldo F./Contrapé)

Como é sua relação com o Rizola, na seleção da Colômbia, no clube. Você cresceu sob o comando técnico dele?

Isso tem sido fundamental para mim, para o meu crescimento como atleta, foi quem me deu confiança na seleção, me escalou como titular e creio que tenho de mostrar que merecia a função jogando bem, tanto na seleção quanto aqui também, no Brasil. Ele me deu essa confiança e vejo um treinador e um pai para mim. Estou muito feliz por ter ganhado dele esta confiança e vou dar o melhor de mim e agradecer a oportunidade que tenho.

Você sempre dizia para as amigas que queria jogar no Brasil porque assistia pela internet e via um vôlei forte e competitivo.

Estou feliz, porque sei que chegar aqui não é fácil. Esta liga é muito dura, competitiva, e eu sempre me imaginei jogando aqui. Sei que aqui tenho uma oportunidade! Devo dar graças a Deus por ter realizado o meu sonho de estar aqui e o que posso fazer é aprender o máximo com todas as jogadoras, em cada partida, em cada treino e colocar em prática na minha vida como atleta.