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Coluna - Tóquio-2020 - 3 de agosto de 2021

Derrota da Polônia é mais chocante do que o triunfo argentino

Análise de Daniel Bortoletto sobre o encerramento das quartas de final da Olimpíada


A manhã de terça-feira foi um prato cheio para o vôleifã. Dez sets em dois jogos válidos pelas quartas de final do torneio masculino olímpico, altíssimo nível técnico, alternâncias no placar e vitórias maiúsculas (e surpreendentes) da Argentina sobre a Itália e da França sobre a Polônia.

Admito que estou mais surpreso com a eliminação polonesa do que com a classificação argentina. A Polônia foi montada para ser campeã olímpica em Tóquio. Tem um elenco hoje mais completo até do que o das conquistas do Mundial em 2014 e 2018. Além disso, tem Leon. Cair nas quartas de final é, sim, um fiasco. Sem desmerecer a França, a obrigação da vitória era da equipe de Vital Heynen.

É um provável fim de trabalho melancólico para o polêmico treinador. Sem clima e agora sem resultado para mostrar na competição mais desejada pelos fanáticos poloneses.

Por outro lado, a Argentina, de Marcelo Mendez, “tiene huevos”. Vem mostrando na Olimpíada como o coração pode fazer a diferença quando conciliado ao bom trabalho. Vale para a derrota no tie-break para o Brasil e para as vitórias sobre França, Estados Unidos e Itália. No papel, os hermanos seriam azarões contra todos os rivais e eram candidatos à eliminação no Grupo da Morte. Na quadra, eles mostraram que a realidade é outra e estão muito vivos.

No meio do parágrafo anterior uma informação importante para projetar a semi. Argentinos e franceses já se enfrentaram, com vitórias de Conte, De Cecco & Cia. Os hermanos podem e devem acreditar em repetir o resultado para o conto de fadas em Tóquio se entender para a decisão do ouro.

Por Daniel Bortoletto