Duplas brasileiras analisam estreia no vôlei de praia
Ágatha/Duda e Alison/Álvaro abriram campanha olímpica com vitória
Com muito calor, ansiedade e emoção, as duplas brasileiras de vôlei de praia estrearam com vitória nos Jogos Olímpicos de Tóquio na noite de sexta pelo fuso de Brasília. Alison e Álvaro derrotaram os argentinos Azzad e Capogrosso, por 2 a 0 (21/16 e 21/7). Já Ágatha e Duda também passaram pelas argentinas Gallay e Pereyra, por 2 a 0 (21/19 e 21/11).
No primeiro jogo no Shiokaze Park, as parcerias sentiram muito o calor. Alison recorreu diversas vezes a um colete gelado para se refrescar, equipamento colocado à disposição dos atletas pelo COB.
– O calor aqui é muito úmido, estamos suando mais do que o normal, sem ventar fica mais quente ainda e parece que a falta de público deixa ainda mais quente – afirmou Alison, prata em Londres-2012 e ouro no Rio-2016.
– Viemos cedo para o Japão, mas mesmo adaptada você sente o calor. Em alguns momentos, eu tive que parar para respirar e me concentrar para conseguir fechar o ponto. Até o árbitro me lembrou que eu podia beber água nas trocas de lado da quadra – disse Ágatha, prata no Rio-2016.
Estreantes nos Jogos Olímpicos, Duda e Álvaro sentiram a ansiedade da estreia, que os atrapalhou no início dos confrontos. Mas após alguns pontos, conseguiram jogar soltos.
– Estava feliz de estar ali dentro, mas senti a tensão. Meus primeiros Jogos Olímpicos e finalmente aconteceu! Mas quando começamos a jogar mais confiantes, nos comunicar e mostrar a alegria de estar ali, ganhamos – afirmou a jogadora.
– A adrenalina que estou sentindo agora só senti quando meu filho nasceu – disse Álvaro.
Com jogadores experientes que já provaram o gosto de ir ao pódio olímpico diante da torcida brasileira, as duplas lamentaram a ausência de público por conta da pandemia.
– No Brasil tivemos um grande suporte, com muita gente torcendo. E aqui é esse silêncio. O desafio é colocar a nossa emoção no jogo porque não recebemos a emoção das pessoas. E jogar com emoção é importante para mim. Tenho que achá-la dentro de mim e colocar para fora – disse Ágatha.
Alison, quando entrou na arena, fez um gesto para homenagear o público que não estava presente.
– Nas duas Olimpíadas que eu joguei a arena estava lotada pra me assistir. Quando eu entrei aqui eu apontei o dedo para cima e girei, em homenagem a todos os torcedores do mundo, como se a arena estivesse cheia. Me sinto emocionado porque lutamos muito para chegar aqui e espero que seja a maior Olimpíada de todos os tempos, com o mundo unido contra esse coronavírus – afirmou.
O próximo compromisso das duplas está marcado. Alison e Álvaro enfrentarão os americanos Lucena e Dallhauser à meia-noite de segunda no Brasil. Ágatha e Duda jogarão 10h de terça, no horário brasileiro, com as chinesas Wang e X. Y. Xia.