Egonu chora e fala em não jogar mais pela Itália
Desabafo com agente foi flagrado por torcedores em Apeldoorn (HOL)
O mundo do vôlei está em choque. Paola Egonu, de apenas 23 anos, pode não jogar mais pela Itália. A frase foi dita pela própria jogadora ao empresário, na saída da Omnisports Arena, em Apeldoorn, na Holanda, após a disputa pela medalha de bronze do Campeonato Mundial vencida pela Azzurra sobre os Estados Unidos, neste sábado, por 3 a 0.
Em vídeo postado nas redes sociais por torcedores, Egonu, com lágrimas nos olhos, desabafa: “Você não consegue entender. Eles me perguntaram se eu sou italiana! Este é o meu último jogo pela seleção”, diz Egonu, maior pontuadora da partida com 25 acertos.
Uma das melhores jogadora de vôlei do mundo, Egonu revelou em seu livro, recentemente, casos de racismo e xenofobia vividos por ela na Itália, ainda na infância e adolescência. Nascida em Cittadella, a jogadora tem pais nigerianos, que emigraram para o país europeu. Lá se conheceram, casaram e tiveram filhos.
Uma situação parecida com a da companheira de time Sylla. A ponteira nasceu em Palermo, na Itália, e tem pais da Costa do Marfim.
Egonu costuma ser muito reservada, dá poucas entrevistas e tem ficado afastada das redes sociais. No atual Campeonato Mundial, segundo a mídia italiana, ela falou apenas uma vez. Neste sábado, o jornal Gazzetta dello Sport publicou uma reportagem sobre problemas de relacionamento no elenco da seleção e sugerindo até a saída do técnico Davide Mazzanti. Antes do jogo com os Estados Unidos, a Federação Italiana tratou de negar qualquer possibilidade, garantindo que o técnico ficará até o fim deste ciclo olímpico.