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Coluna - Internacional - Paris-2024 - 5 de junho de 2024

Estados Unidos vão na bola de segurança após renovação não vingar

Coluna de Daniel Bortoletto sobre a convocação dos Estados Unidos para Paris-24


A convocação olímpica da seleção feminina de vôlei dos Estados Unidos para Paris-2024, anunciada nesta quarta-feira (5/6), comprova várias teses debatidas nos últimos anos. Vamos a elas:

– A renovação depois da conquista do ouro em Tóquio não convenceu, mesmo com uma boa safra revelada. Não à toa, Karch Kiraly repetiu oito das 12 campeãs em 2021 em sua lista para Paris. É muita coisa. O treinador optou pela “bola de segurança”, mesmo com algumas peças chamadas tendo mostrado um vôlei bem inferior ao de três anos atrás.

– Parte da culpa precisa estar na conta do próprio Kiraly. Ele parece conservador demais em suas escolhas táticas e raramente “rasga seu livro” para tentar surpreender algum rival. Perde jogos e morre abraçado com algumas escolhas.

– Jordan Larson chegou a se aposentar da seleção e iniciar uma transição do pós-carreira trabalhando como assistente na NCAA. Quando Kiraly teve a certeza de que seu jogo dependia demais da “Governadora”, não pensou duas vezes em chamá-la de volta no ano passado. Aos 37 anos, ela talvez seja atualmente ainda mais importante do que já foi em 2021 para o time funcionar.

– Jordyn Poulter ficou boa parte do ciclo olímpico atual lesionada. E, na volta, segue praticamente intocável. O treinador poderia ter testado mais algumas opções em busca do algo novo. Como diz o vôleifã, a Jenna Gray joga basquete?

– Em tese, os Estados Unidos não deveriam se preocupar com a virada de bola. Mas a fase de Jordan Thompson em 23/24 está longe de ser das melhores, vide atuações pelo Vakifbank. Annie Drews, ainda não vista nesta VNL por lesão, me parece uma incógnita. A experiência delas bastará?

– Ninguém duvida do potencial ofensivo de Kathryn Plummer, 2,01m. O preju na linha de passe, porém, deixa a formação com ela em quadra bem atraente para os rivais. Kiraly vai conseguir escondê-la dos saques para compensar com peso do seu ataque?

– Justine Wong-Orantes foi uma grata surpresa em Tóquio. No papel, era o ponto fraco do time. Mas foi segura demais e brilhou. Hoje fica com muita quadra para cobrir com Plummer como titular e tem oscilado mais do que o normal. A solução é abrir mão do ataque de Plummer para formar um trio de “líberos” com Wong-Orantes, Larson e Robinson-Cook?

– Avery Skinner talvez seja o único fato novo na convocação para Paris. Aproveitou algumas oportunidades na atual VNL e desbancou Ali Franti e Khalia Lanier, que apareceram bem em outros momentos deste atual ciclo.

– Se tivesse de escolher quatro favoritas ao pódio em Paris, os Estados Unidos, depois de quatro medalhas seguidas desde Pequim-2008, não estariam presentes. As chicleteiras estariam na sua lista de favoritas, vôleifã?

Por Daniel Bortoletto