Estudo brasileiro sobre lesões mais comuns no vôlei
O departamento médico da Seleção Brasileira masculina estudou, durante um período de quatro anos, 104 jogadores em preparação para as principais competições da temporada, no Centro de Desenvolvimento de Voleibol, em Saquarema (RJ). A pesquisa tinha como objetivo fazer um estudo epidemiológico das lesões mais comuns no voleibol de alto nível. O artigo com o resultado do trabalho foi publicado na revista Archives of Sports Medicine.
A equipe envolvida na elaboração do artigo foi composta pelos médicos Ney Pecegueiro, Marco Lages, Felipe Malzac e Felipe Serrão e os fisioterapeutas Matheus dos Santos, Aridone Borgonovo e Vinícius Soares.
Dentro do universo de estudo do departamento médico, a maioria das lesões, 66,93%, aconteceu pelo excesso de treinamento. Lesões por trauma, mais difíceis de prevenir, ocorreram em 33,06% dos casos. Tornozelos e dedos são mais suscetíveis a traumas, enquanto ombro e joelho são mais propensos a danos por uso excessivo. O joelho foi o segmento mais acometido, com 21,77%, seguido pelo tornozelo, com 18,54%. Pélvis, ombro, mão e coluna completam as estatísticas regulares e são considerados segmentos mais comuns de lesão no voleibol.
Para prevenir o número de lesões alguns pontos foram levantados como idade, sexo, posição, número de saltos por semana, tipo de superfície da quadra, técnica de pouso relacionada a coordenação equilibrada de ambos os membros inferiores, flexão adequada do joelho para impactar absorção, técnica de bloqueio, diagnóstico de desequilíbrios posturais, tempo de descanso, entre outros.
O médico da seleção masculina, Ney Pecegueiro, comentou sobre o estudo e o resultado encontrado no artigo publicado na revista Archives of sports medicine.
– A ideia do artigo surgiu para descrevermos melhor sobre as lesões ocorridas no vôlei, e assim podermos investir em estratégias de prevenção dessas lesões. Na literatura mundial é escasso o número de bons artigos sobre essas lesões, e muitos desses com um número de jogadores relativamente pequeno, e de determinada faixa etária. Como nossa equipe acompanha as seleções brasileiras sub 19, sub 21, sub 23 e adulta masculina, conseguimos abranger as diversas faixas etárias, e assim encontrar algumas lesões não frequentes no dia a dia do médico do esporte – finalizou Ney Pecegueiro.