Gabi Carneiro
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Destaques - Especiais - Superliga - 7 de outubro de 2025

Gabi Carneiro supera lesão e se anima com início em Brasília


É tempo de recomeço para a jovem oposta Gabi Carneiro. Após quatro anos em Barueri, entre conquistas e desafios, a paranaense iniciou um novo capítulo em sua carreira, com as cores do Brasília. A medalha de bronze no Campeonato Mineiro, no último sábado (4/10), em Belo Horizonte, coroou um início de trabalho árduo e reforçou as perspectivas da jogadora de se consolidar entre as referências ofensivas na próxima Superliga, que começará no dia 20 de outubro.

Depois de enfrentar problemas físicos, ouvir “nãos” em convocações e lidar com inseguranças, a atacante de 22 anos e 1,87m vê no Brasília a oportunidade ideal para colocar em prática sua ambição de ganhar rodagem em quadra e alcançar novos objetivos. Em agosto, ela se sagrou campeã dos Jogos Pan-Americanos Júnior com a Seleção sub-23.

– Estou super animada e otimista para a Superliga. Mesmo sem o grupo completo, conseguimos mostrar um bom voleibol na Taça Brasília e conquistamos um pódio muito importante no Campeonato Mineiro. Sei que será um ano desafiador, pois há equipes fortes na disputa, mas acredito que a temporada será repleta de aprendizados e oportunidades – afirmou a jogadora, em entrevista ao Team GM, responsável pela gestão de sua carreira.

Revelada em Barueri, Gabi Carneiro viveu anos de crescimento no projeto e alcançou a titularidade na reta final da temporada 2022/2023. Mas, nos meses seguintes, durante a preparação para o Campeonato Mundial sub-21, enfrentou dores na lombar que se revelariam “insuportáveis”.

Ela recebeu o diagnóstico de extrusão discal entre as vértebras L5 e S1 e, no fim daquele ano, precisou passar por cirurgia. A lesão exigiu meses de recuperação.

– A Gabi enfrentou um processo difícil de lesão há dois anos, mas se fortaleceu física e psicologicamente a cada etapa de recuperação. É uma atleta de enorme potencial, com uma capacidade ofensiva incrível, além de muito disciplinada e determinada. Estamos muito empolgados com essa nova etapa em Brasília – conta Raphael Vinhedo, agente do Team GM.

A decisão de mudar de ares foi movida por uma necessidade de evolução. Ela entendeu que precisava de um ambiente onde pudesse assumir protagonismo.

– Tenho a meta de conquistar mais espaço e experiência. Só consigo concretizar isso estando em quadra. Escolhi Brasília porque sei que acreditam no meu trabalho e reconhecem que posso contribuir para a equipe. Estou priorizando a minha performance, tanto dentro quanto fora de quadra – contou a oposta.

Gabi
A oposta Gabi Carneiro em ação no Mineiro (Hedgard Moraes/MTC)

Nascida em Londrina (PR), Gabi começou no vôlei aos oito anos e, ainda adolescente, representou o Paraná em competições nacionais. O apoio da família foi determinante para superar os altos e baixos típicos da formação de uma atleta.

A capacidade de se reinventar acompanha Gabi também em suas mudanças de clube. Depois de quatro temporadas em Barueri, ela guarda boas lembranças da convivência em um ambiente que descreve como acolhedor.

– Foi como estar em uma família. Aprendi muito, recebi cuidados em todos os momentos e levo comigo um carinho enorme por todos. Agora, estou descobrindo novas habilidades e espero continuar evoluindo.

NOVA FASE PESSOAL

No novo cenário, além da adaptação ao estilo de jogo do Brasília, a jovem também vive um processo de descoberta pessoal. Brasília é sua primeira experiência longe do eixo Paraná-São Paulo, e a rotina fora das quadras tem sido importante para seu amadurecimento.

– Sou tranquila e tímida. Gosto de filmes, séries e de ler nos meus dias livres. Brasília é uma cidade nova para mim, e tenho aproveitado para explorar bastante com as meninas do time – comentou.

A leitura, inclusive, é um hábito que ajuda a relaxar e expandir horizontes. O gosto surgiu a partir de livros que inspiraram filmes e séries que assistia, e acabou crescendo com presentes de torcedores.

– Sempre gostei de assistir filmes e séries românticas, e muitos são baseados em livros. Foi assim que comecei a ler alguns livros que a minha prima gostava e peguei gosto pela leitura. Contei isso para uma torcedora muito querida, e ela me presenteou com um dos melhores livros que já li: “As Crônicas de Nárnia”. Era enorme e, quando recebi, achei que não conseguiria terminar. Mas cada conto me prendia de um jeito que acabei lendo tudo em alguns meses! Atualmente, graças a essa torcedora, estou lendo “Chá com Elefantes” – conta Gabi.