Gabi foi destaque da campanha brasileira em Paris
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Destaques - Paris-2024 - Seleção Brasileira - 10 de agosto de 2024

Gabi explica volta por cima após semi: carinho de Zé e terapia

Ponteira conta que, apesar da frustração por não ter conseguido o ouro, tirou o peso das costas para buscar o bronze


Um dos destaques da conquista da medalha de bronze da Seleção Brasileira nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, Gabi viveu um processo interno de reconstrução em poucas horas para lidar com a frustração da derrota para os Estados Unidos na semifinal.

Na ocasião, a ponteira e capitã assumiu a responsabilidade pelo resultado negativo, fato que preocupou o técnico José Roberto Guimarães. Ela contou que, entre os fatores que a ajudaram a superar rapidamente o baque, o carinho do tricampeão olímpico foi fundamental.

– O Zé falou que eu não tinha a obrigação (de assumir a culpa), que eu podia parar com isso. Ele sempre teve um cuidado muito grande comigo. Me deu um abraço, me passou a confiança e eu falei pra ele ficar tranquilo, que eu estava bem. Depois, ali para mim, no vestiário, já foi uma mudança de chave muito grande, de pensar o que poderia ser feito dali para frente, que era sair da competição com uma medalha. A pior coisa que pode acontecer é você perder o ouro e não ter mais oportunidade. Então, a gente tinha uma grande oportunidade. Era virar a chave e levar de uma maneira diferente – afirmou a jogadora.

Outro fator importante para sair de uma situação dura como a eliminação na semifinal em meio a tanta cobrança foi a busca pelo autoconhecimento, algo que Gabi já vem trabalhando há algum tempo com profissionais. Quanto a isso, ela fez questão de deixar um recado às novas gerações, dentro ou fora das quadras.

– Eu faço muita terapia. Eu cuido muito da minha saúde mental, que considero um ponto que foi fundamental. Buscar o autoconhecimento, ter um terapeuta, ter um psicólogo que faça esse acompanhamento, e a gente entender o processo. Claro que é uma responsabilidade muito grande, mas eu não carrego um peso maior do que ele é. Hoje, eu tenho noção que eu tenho capacidade de liderar essa Seleção, que eu tenho capacidade de ser um grande exemplo nesse esporte coletivo – disse Gabi.

A dor da derrota, ela garante, está longe de passar. Mas, a partir de agora, é levantar a cabeça e colher as lições para os próximos desafios.

– Eu confesso que ainda vou sofrer. Acho que, a partir de agora, o luto verdadeiro de não ter conseguido a medalha de ouro, que era o meu grande objetivo nesses três anos, virá. Mas não vou deixar de comemorar e celebrar um grande feito, que foi ter saído de um momento tão difícil e conquistado o bronze – completou a capitã.