Gattaz: “Me preparei muito esse ano para ir à Olimpíada”
Confira a entrevista da central ao Web Vôlei
A interrupção da Superliga Banco do Brasil feminina e o adiamento dos Jogos Olímpicos de Tóquio impactaram diretamente muitos planos. Com Carol Gattaz não foi diferente. A central do Itambé/Minas, aos 38 anos, admitiu em entrevista ao Web Vôlei ter feito uma preparação especial para a atual temporada, de olho numa vaga na Seleção Brasileira para a Olimpíada.
Agora, com a previsão de os Jogos acontecerem apenas no segundo semestre de 2021, Gattaz precisará refazer o planejamento.
– Penso em Olimpíada, é um sonho antigo. Eu me preparei muito esse ano para ir para a Olimpíada. Com esse adiamento, não sei como vou estar. Espero que bem. Vou me cuidar de novo, como vinha me cuidando, porque esse ano eu terminei a temporada bem, em alto nível, querendo uma vaga na Seleção. Não sabia se eu iria ou não, mas eu queria. Não conversei com o Zé (Roberto Guimarães), mas acredito que se eu estiver jogando em alto nível, eu tenho chance de ser convocada sim – comentou a central.
Para estar em alto nível, ela fez um trabalho com a equipe multidisciplinar do Minas Tênis Clube, principalmente para evitar problemas no joelho. E viu resultados positivos:
– Meu joelho está ótimo. Essa temporada foi a melhor dele, de todas. A equipe médica do Minas fez um trabalho maravilhoso. Dr. Rodrigo Vaz, juntamente com a equipe da fisioterapia, cuidou muito bem do meu joelho. Fizemos uns tratamentos alternativos antes de começar a temporada e isso foi fundamental. Tanto que não fui para a Seleção em 2019, conversei com o Zé antes de começar (a temporada de seleção) porque eu precisava fazer esse tratamento no joelho e deu muito certo. Então meu joelho está ótimo, graças a Deus.
Veja a íntegra da entrevista com Carol Gattaz.
Onde você está fazendo a quarentena? Como tem sido a sua rotina nesta quarentena?
Estou em São José do Rio Preto, na casa da minha família. Minha rotina na quarentena tem de ser a de todo mundo: fazer exercícios em casa, mantendo a forma do jeito que consegue. É difícil pois não tem uma academia aberta, não tem como fazer exercícios aeróbicos muito fortes, mas tem o pouco que dê pra gente manter a forma. Provavelmente agora os próximos campeonatos vão ser só no final do ano, então a gente não tem muito o que fazer agora (confira o trabalho passado pelos preparadores do Minas).
Como você resume essa última temporada do Minas? Como você analisa esses quase seis meses com as competições?
Essa última temporada do Minas foi de muitos desafios. A gente começou com muitos altos e baixos. Não foi o início que a gente queria, mas depois veio acertando alguns pontos. Acho que depois do Mundial a gente começou a ter um pouco mais de confiança em nós mesmas e a fazer uma boa competição.
Vai renovar ou já renovou com o Minas?
Ainda não renovei com o Minas, gostaria de ficar, mas ainda não assinei nada, por enquanto.
Vocês estiveram na China em dezembro, quando o coronavírus já estava circulando. Chegaram a ficar preocupadas quando voltaram para o Brasil?
Estivemos na China em dezembro, o corona estava circulando, mas a gente não sabia disso. Os primeiros casos foram descobertos em dezembro, mas a gente não tinha notícia porque fomos bem no comecinho de dezembro. Não ficamos preocupadas, não. Nem pensamos nisso.
Você acha que a Macris é a melhor levantadora do Brasil no momento?
Eu acho sim que a Macris é melhor levantadora do momento. Ela e a Fabíola são duas levantadoras que estão muito bem, muito constantes, muito regulares e estão um passo à frente das outras.
Gostaria de jogar ao lado de alguma jogadora novamente ou pela primeira vez? Depois de passar por tantos clubes grandes, ficou sem jogar com alguém com quem você gostaria de dividir as quadras?
Pela primeira vez, no exterior, existem muitas: Kim, Egonu, Boskovic, grandes jogadoras internacionais da atualidade. Novamente eu gostaria de jogar com a Natália e a Gabi. São as que eu mais me identifico e gostei muito de jogar (foram campeãs da Superliga na temporada passada).
Acha que, diante do encerramento da Superliga antes da hora, a conquista do Sul-Americano fez valer a temporada?
A conquista do Sul-Americano era um dos maiores objetivos da temporada junto com a Superliga. Mas o Sul-Americano foi muito bem-vindo, valendo a vaga no Mundial.
Quem são ou foram seus ídolos no vôlei?
Eu nunca tive isso de idolatrar, mas várias jogadoras com quem eu gostei de jogar foram Walewska e Virna. E sempre admirei o estilo do Giba jogar, Maurício, Ricardinho, vários jogadores que fizeram história e marcaram uma revolução no esporte.
Como você analisa o estilo do Nicola Negro? Existe uma escola italiana, comparando com o Lavarini? O grupo se adaptou rapidamente ou demorou mais para se adaptar ao estilo dele?
Nicola é um técnico italiano muito estudioso, muito tático, muito bom. Gostei muito de ter trabalhado com ele, assim como o Lavarini, nas duas temporadas em que jogamos com ele. É uma escola diferente, uma escola moderna, que eu gosto muito. O voleibol vem se modernizando e eles entenderam isso e estão se modernizando junto como voleibol, então eu me adaptei muito rápido ao estilo dele. Além de se um técnico muito bom, é uma pessoa maravilhosa, que fez de tudo para se adaptar ao nosso estilo.
Cite três jogadoras que foram difíceis de bloquear nesta Superliga
Polina Rahimova, de Bauru, Tandara que é uma jogadora sempre difícil de bloquear. E a Thaisa. Eu tentava bloqueá-la nos treinos, mas é bem difícil.
Para quem você daria o prêmio de MVP da Superliga nesta temporada?
Sem dúvida meu prêmio da MVP é para a Thaisa. Ela se superou e jogou muito.
Gattaz, você acha que vai dar para jogar mais quantas temporadas?
Não sei quantas temporadas mais eu vou jogar. É uma coisa meio que indefinida, até porque pretendo jogar até quando meu físico e minha saúde deixarem
Algum recado para a torcida minastenista?
Sou apaixonada pela torcida minastenista. Quero agradecer de coração o carinho que eles têm, não são por mim, mas pelo time, pela força que eles dão para todas nós, independentemente da fase, se estamos ganhando ou perdendo. Eles sabem que a gente está ali, com eles, só tenho a agradecer a torcida e espero que a gente possa ser felizes juntos mais uma vez.
Por Daniel Bortoletto e Patrícia Trindade