Giba diz que trans devem jogar suas próprias ligas
Em vídeo com o deputado Eduardo Bolsonaro, publicado no YouTube, Giba chama Tifanny de "ele" duas vezes
O campeão olímpico Giba, ex-ponteiro da Seleção Brasileira, disse que é contra a participação de trans em campeonatos femininos. A declaração foi feita em um vídeo publicado nesta segunda-feira no canal do YouTube do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Ele comentou o sobre o caso da oposta/ponteira Tifanny, que nas três últimas temporadas defendeu o Sesi Bauru e deve se transferir para o Osasco São Cristóvão Saúde na próxima Superliga. Tifanny é a primeira transexual a jogar a competição nacional.
– Não tenho problema com gênero, com nada, mas é completamente fora do normal. Joguei com ele (Tifanny)quando ele era homem ainda, hoje em dia joga com mulheres. Ele foi fazer a cirurgia com 30 e poucos anos, e por mais que você faça o tratamento, ele não vai perder aquela força a mais que temos em relação às mulheres – disse Giba.
– Se perguntar pra mim (sobre a participação dos trans no esporte): faz um campeonato deles. Uma pergunta que faço para todo mundo pensar um pouco: se uma mulher é pega no doping com testosterona, ela fica quatro anos fora das quadras. E por que isso não é o contrário? É um questionamento que eu deixo para vocês pensarem um pouquinho – completou.
O Comitê Olímpico Internacional (COI) permite a participação de mulheres trans em campeonatos femininos, desde que os níveis de testosterona estejam nos níveis aprovados pela entidade.
Para a advogada Amanda Gondim, Direitos das Mulheres, LGBTQIA+, que se manifestou em entrevista ao UOL, ao sugerir um campeonato de trans à parte, Giba fez um comentário “discriminatório”. Além disso, na opinião dela, faltou respeito por parte do ex-jogador ao se referir à Tifanny como “ele”.