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Categorias de base - 15 de outubro de 2020

Heller conversa com atletas da Seleção sub-19

O campeão olímpico deu exemplos da carreira aos jovens jogadores


A noite desta quarta-feira foi de muito aprendizado para os jovens talentos convidados para a Seleção Brasileira masculina sub-19. Os 33 atletas que semanalmente participam de encontros virtuais com a comissão técnica da categoria, desta vez, tiveram a oportunidade de ouvir um pouco da história do ex-central André Heller, campeão olímpico pelo Brasil em Atenas 2004, que hoje atua como gestor do Vôlei Renata.

André conversou com os participantes por pouco mais de 1h30 parte de sua trajetória na modalidade, e deu dicas importantes sobre como gerenciar a carreira. O supervisor da seleção sub-19, Alexandre Ferrante, comentou a importância da troca de experiência entre os novos talentos e personalidades que são referência no voleibol.

– Nós temos uma preocupação enorme em fazer esses jovens entenderem a importância de servir à Seleção do Brasil. É importante esta troca de experiências com grandes nomes da nossa modalidade. Que eles vejam as histórias e entendam que as conquistas vêm a partir de trabalho e dedicação – disse Alexandre.

André contou sobre a influência do esporte na vida do cidadão e na transformação possível por meio da vida esportiva. Para o ex-central, aprender a gerenciar a própria carreira é um aspecto de primeira necessidade para qualquer profissional, e precisa ser posto em prática desde o início.

– A gente precisa aprender a gerenciar a carreira desde o primeiro dia. Mesmo com a pouca idade que vocês têm hoje, todos já têm responsabilidades e precisam estar cientes disso desde o começo. Em uma carreira esportiva é preciso amor, comprometimento, dedicação e excelência. São questões que têm tudo a ver com a vida do atleta. Não tem data certa para treinar, todo treino é importante – explicou.

Sobre o início no voleibol, André contou que chegou ao esporte por questões de saúde, mas a paixão foi a força motriz para a evolução na vida esportiva, que o tornou um dos principais nomes dentro de uma geração vitoriosa da modalidade.

– Eu comecei no esporte por questões de saúde. Nasci de sete meses, e tive asma desde cedo. E com as dificuldades com os problemas respiratórios busquei o esporte. Tentei a natação, o atletismo, mas o que me chamava a atenção era o time de vôlei. Eu ficava assistindo os treinos do time da escola e achava que tinha que fazer parte daquilo. O meu pai tinha jogado e foi treinador. Eu, sentindo que tinha o vôlei no DNA, tentei uma chance – disse André, que seguiu.

– Minha primeira convocação, para a seleção juvenil, foi entre 1994 ou 1995. Eu era um dos destaques do Rio Grande do Sul. E encontrei com jovens em destaque de outros estados. Ali eu vi uns caras que já eram craques como o Ricardinho, o Giba e o Gustavo. Atletas que jogavam um nível de voleibol que eu nem sabia que existia, que já jogavam nos times profissionais. Depois de um mês treinando com eles, me falaram que eu era um dos piores atletas que já tinha passado por ali, mas que eu teria uma nova chance por demonstrar tanto amor pelo que fazia. Com isso eu aprendi a ver o lado bom de cada fato. Buscar ser a melhor versão de mim mesmo – completou o ex-central.

Para encerrar, André reforçou o recado sobre como os atletas devem se portar durante a carreira para alcançarem os bons frutos.

– O comportamento é uma escolha. Nós escolhemos trabalhar em equipe, liderar os processos, ter atitudes. E isso deve ser demonstrado com ações diárias, de forma ininterrupta. E essa dedicação nos leva adiante na carreira. A nossa jornada é de aprendizagem constante. Sucesso não é aparecer na televisão, ser famoso, ser campeão, fazer mais de 30 pontos no jogo. Sucesso é algo que sucede, é uma jornada – encerrou André Heller.