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Coluna - Destaques - Superliga - 26 de novembro de 2022

Julia Kudiess e Luiza estão no caminho certo


Sem as selecionáveis Pri Daroit e Carol Gattaz para o duelo com o Barueri, o Gerdau Minas viu a juventude de Julia Kudiess e Luiza Vicente dar conta do recado na vitória por 3 sets a 1, na noite desta sexta-feira (25/11), fora de casa. Algumas estatísticas do duelo ajudam a entender melhor a atuação da dupla:

– Julia Kudiess teve 79% de aproveitamento no ataque: recebeu 19 bolas, colocou 15 no chão e foi bloqueada apenas uma vez

– Com quatro pontos de bloqueio, Julia ainda liderou o Minas no fundamento, terminando empatada com Diana e Larissa, do Barueri

– A meio de rede também ficou na frente no número de aces no jogo: dois, mesmo número de Pri Heldes

– Luiza Vicente terminou a partida com 71% de positividade no passe, número pior apenas do que o da líbero Nyeme, que recebeu menos da metade dos saques em comparação com a ponteira

Olhando com frieza as estatísticas, Julia, 19 anos, e Luiza, 18, tiveram atuação de “gente grande”. Pela presença em toda a temporada de seleções com o Brasil, a expectativa sobre Julia Kudiess já é obviamente bem maior. Em um time com Thaísa e Carol Gattaz na posição, cada oportunidade rara de começar um jogo precisa ser muito bem aproveitada. Ontem foi um desses casos. Nos números gerais da Superliga, a central possui o melhor aproveitamento de ataque: 68%. Descartando atletas com poucas ações, quem chega mais perto de Julia é a dominicana Jineiry Martinez, do Dentil/Praia Clube, com 61%. Ela já é uma realidade.

Luiza Vicente, por sua vez, vem em uma temporada de recuperação. Ela ficou seis meses afastada das atividades físicas, a partir de janeiro deste ano, e quase 10 meses sem jogar, após ter diagnosticada uma inflamação no coração como complicação da covid. Foram exames periódicos e muito incerteza para a menina, na época, com 17 anos. Aos poucos, ela vai ganhando espaço e confiança no elenco. Contra o Barueri, fazendo dupla com Peña, uma atleta sabiamente conhecida por não ser especialista na recepção, a jovem assumiu a responsabilidade no passe. Teve um baixo aproveitamento no ataque, é verdade, mas cumpriu papel tático importante na recepção para o Minas  poder usar e abusar das bolas pelo meio.

Prever o futuro não é comigo. Mas é certo de que as duas estão em um processo correto, e cada vez mais acelerado, para vencer o difícil caminho da transição desta idade de dúvidas para uma carreira profissional de sucesso.

Por Daniel Bortoletto