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Seleção Brasileira - Tóquio-2020 - 4 de junho de 2020

Lucão não acredita em Tóquio-2021 sem vacina para COVID-19

Central participou de live do LANCE! nesta quarta-feira


O campeão olímpico Lucão participou, nesta quarta-feira, de uma live no LANCE! e falou sobre o adiamento dos Jogos Olímpicos de Tóquio para o próximo ano. O central do EMS/Taubaté acha muito difícil a competição realmente acontecer  em 2021 caso os cientistas não desenvolvam uma vacina para o coronavírus.

– Eu não vejo os Jogos Olímpicos acontecendo ano que vem sem uma vacina. Querendo ou não, o evento é feito não só para os atletas, mas para o público. É o principal foco. Tem vários poréns lá no Japão. A Vila Olímpica já tem apartamentos vendidos para pessoas. Eles constroem os prédios e, após as competições, as pessoas da cidade passam a morar lá. Tem prazos, contratos… Os japoneses são muito certinhos, então tenho certeza absoluta de que os Jogos não acontecerão se não estiver tudo muito correto – comentou.

Aos 34 anos, Lucão aprovou a medida do Comitê Olímpico do Brasil (COB) em levar modalidades para treinamentos em Portugal no segundo semestre. A CBV, como revelado pelo Web Vôlei, ainda estuda a necessidade de incluir o vôlei no programa.

– Eu vejo com bons olhos a ida para o exterior para treinarmos. É sempre importante ter todo ano pelo menos cinco meses de trabalho com todos juntos. Conseguir juntar a galera para treinar, manter o feeling, que já temos há quatro, cinco anos. Mas para batermos um papo, ver o que cada um está fazendo, pois cada um vem de um ponto do Brasil. Eu estou com o ginásio à disposição aqui em Taubaté. Não tem ninguém aqui. Vou lá sozinho, pego o carrinho de bola, saco e ataco umas bolas para manter o corpo ativo. Mas nem todo mundo tem essa possibilidade. Eu há 14 anos não parava. Agora, estou há dois meses parado e sem perspectiva de volta. Isso para o atleta é extremamente complicado. A cada ano que passa fica mais provado que se manter ativo acelera a recuperação de uma lesão. Então mesmo em caso de lesão, ela já começa às vezes no dia seguinte. Eu fiquei uma vez na carreira sem fazer nada por uma semana e foi a pior coisa, pois nunca senti tanta dor para retornar. Temos uma sobrecarga que é cansativa, mas parar do nada é muito prejudicial. Tanto que, na Alemanha, vimos nove atletas se lesionando em uma rodada. Essa volta tem de ser muito bem estudada – comentou Lucão.

Em outro momento da live, ele falou sobre o momento complicado vivido pelo vôlei masculino no Brasil, com fechamento de times e retração no investimento:

– Esse ano será extremamente atípico na Superliga. Está feio. Estamos perdendo muitos atletas para a Europa por causa da crise financeira no Brasil. Isso é triste. Vários ídolos estão indo embora, porque não sabemos nem quantos times teremos no torneio, quem vai conseguir patrocínio e quanto. Alguns clubes que contávamos para manterem os atletas principais do Brasil ou saíram ou não sabem se disputarão. O Sesc-RJ saiu, o Sesi-SP, a princípio, jogará com um time de base e o voleibol está nesse período, em que não sabemos o que acontecerá. Eu tive a sorte de ter um contrato de três temporadas. Em Taubaté, houve problemas de atrasos de pagamento, mas foi tudo explicado para nós e estão seguindo uma planilha.