Lucas Perrut, 15 anos, quer chegar a 2,15m e ter chance no Minas
Defendendo o Pará nos Jogos da Juventude, o meio de rede projeta futuro no vôlei
O choro da derrota na semifinal da 2ª divisão do vôlei masculino nos Jogos da Juventude, em Ribeirão Preto, evidencia o quanto Lucas Perrut se empenha para ser alguém no esporte. Potencial não falta. Aos 15 anos e com 2,03m, o central chama a atenção por onde passa.
Nascido em Belford Roxo, no Rio de Janeiro, Perrut foi imponente nos bloqueios na semifinal entre Distrito Federal e Pará, no último sábado (9/9). Os meninos do Centro-Oeste levaram a melhor por 3 sets a 2. Ao final do jogo, o gigante recebeu o carinho dos companheiros paraenses, que fazem tudo para mostrar a ele o mundo de possibilidades que o esporte pode proporcionar.
– Gosto muito do ambiente e das pessoas que o vôlei me deu. Em quadra, minha paixão é bloquear. É um trabalho duro que eu faço lá em Belém todo santo dia para me tornar um jogador melhor. E também procuro evoluir no ataque. Quero fazer testes em clubes grandes e construir uma carreira boa. Vou focar no Campeonato Brasileiro Interclubes (CBI) sub-19 para ganhar mais visibilidade – contou Perrut, que tem um xará campeão olímpico como inspiração.
– Eu gosto muito do Lucão. É um cara que eu vejo como uma referência. Como também me chamo Lucas e jogo na mesma posição, tenho ele como espelho. Ele tem 2,09m. Eu espero chegar a uns 2,15m – diz Perrut.
O jovem mudou-se para Belém aos oito anos, após o pai Marcelo, que é suboficial da Marinha, ser transferido para a capital paraense. Na infância, o garoto só queria saber do futebol. Mas a percepção da mãe Monique, que já sonhou em ser atleta de vôlei, foi certeira. Consciente do potencial do filho, ela o colocou em uma escolinha da modalidade.
– Tivemos que dar uma pausa na escolinha de futebol por causa da pandemia. No retorno às atividades, o Lucas cresceu de estatura de forma assustadora. Aos 13 anos, já tinha 1,90m. Apesar de não termos influência na modalidade, o pai foi atleta militar e acabou influenciando para a prática do esporte. Mas mãe tem olhar clínico, né? Eu achei que ele pudesse aprender outro esporte e dei essa opção, que por sinal acho que era um sonho meu reprimido (risos) – conta Monique, que é pedagoga.
A oportunidade de ser observado nos Jogos da Juventude motiva Perrut, que não esconde a gratidão pelo trabalho desenvolvido no estado que o acolheu. Atualmente, o central defende o Vôlei Azulino, equipe de base do Clube do Remo, e participa de competições pelo Colégio Santa Rosa, onde é bolsista.
A equipe que viajou para Ribeirão Preto é treinada por Elinho Cunha, que já lapidou joias do cenário nacional, como a levantadora Naiane, da Seleção Brasileira, e o central Barreto. No elenco paraense, o levantador Gabriel, de 16 anos, é outro nome de destaque, convocado este ano para os treinos da Seleção Brasileira sub-17.
De olho em Minas Gerais
O objetivo de Perrut é aumentar a lista de jovens talentos descobertos no Pará a brilhar nas quadras do Brasil. Ele mantém contato com o amigo Kayo Loureiro, natural de Belém, que este ano se mudou para Belo Horizonte após ser aprovado em uma seletiva do Minas Tênis Clube. Kayo, que é líbero da seleção brasileira sub-17, conquistou em agosto o título do Sul-Americano da categoria.
– Meu sonho hoje é jogar no Minas. Quero fazer as categorias de base em um clube referência para depois me profissionalizar. O Kayo jogou comigo no Remo e me fala muito bem de lá. Ele conta que dá para evoluir bastante. Vou me dedicar para isso – garante Perrut.