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Destaques - Especiais - Paris-2024 - 5 de agosto de 2024

Marte: “Não quero chegar no cemitério para ser o mais rico de lá”

Conheça um pouco mais do dirigente da República Dominicana


Cristóbal Marte é um dos dirigentes mais influentes do voleibol. E faz tempo. Por mais de 40 anos, ele dirige a modalidade na República Dominicana e atualmente ainda na Norceca, entidade das Américas do Norte e Central. Desde meados da década de 1990, faz parte da cúpula da Federação Internacional (FIVB), atualmente como um dos vice-presidentes. Com 72 anos, ele marca presença em Paris se dividindo entre as duas funções.

Fora do esporte, Marte é administrador de empresas e empreendedor na área avícola. E fez fortuna. Foi ainda ministro dos Esportes por duas vezes (1990-93 e 95-96), cultivando laços com a política local.

Conhecido pela forma passional de gerir o voleibol dominicano, ele estava em quadra para abraçar as jogadoras depois do triunfo sobre a Holanda, resultado que garantiu as “Rainhas do Caribe” nas quartas de final dos Jogos de Paris. E falou com o Web Vôlei. Admitiu problemas financeiros para sustentar o projeto, confirmou colocar dinheiro do bolso e promete mais para manter as dominicanas no top mundial.

– Você sabe, conhece nosso projeto, nosso país, um país pobre, pequeno e é um esforço muito grande que fazemos para fazer esse projeto caminhar. Os recursos são muito limitados, praticamente sou eu que ponho todo o dinheiro. A sensação é de dever cumprido. Primeiro faço pelo meu país, em segundo por elas, as jogadoras – disse Marte

– Tenho 72 anos. Vou seguir trabalhando, patrocinando o projeto para que ele seja cada dia melhor. Ponho meu patrimônio e minha empresa a serviço do projeto. Não quero chegar no cemitério para ser o rico mais de lá – emendou o dirigente.

LAÇOS COM O BRASIL

Este é o quarto ciclo olímpico do brasileiro Marcos Kwiek no comando da República Dominicana. Em longos 16 anos, a relação com Cristóbal Marte foi ficando mais próxima. Foram 3 Jogos Olímpicos. O treinador elogia o gestor ‘que não dá pitacos na quadra’ e se orgulha de ter ajudado a equipe a chegar no patamar atual.

E o dirigente revela uma curiosidade do contrato com o brazuca:

– Vou falar algo que você não sabe. Não tenho um contrato firmado com o Marcos, é a palavra dele e a minha. Ele está aqui porque quer estar aqui. Eu não tenho como agradecer ao grupo dele. Marcos merece uma medalha olímpica pelo trabalho de tantos anos, desde 2008 conosco. Um homem muito sério e tem entregado o seu trabalho com louvor – disse Marte.

O contrato atual de Kwiek vale por mais um ciclo: Los Angeles-2028. Nesta terça-feira, duelo com o Brasil, a partir das 8h, valendo vaga na semi em Paris-24.

– Mas estamos pensando e projetando Brisbane-2032 – contou o brasileiro ao Web Vôlei.

Por Daniel Bortoletto, em Paris