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Coluna - Destaques - 7 de setembro de 2025

Não podemos normalizar os haters de forma alguma


“Eu adoro esporte. E desprezo os haters. Os da Bia Haddad, os da Gabi, os da Kisy, os do Bruninho, os da Julia Bergmann… Desprezo cada um deles que destila ódio gratuito nas redes sociais. Desprezo cada um deles que se acha no direito de xingar e humilhar após uma derrota em primeira rodada ou após um vice-campeonato mundial. No fundo, tenho pena de quem canaliza as próprias frustrações no primeiro que aparece na TV ou no streaming”.

Trecho de uma coluna escrita no dia 7 de junho de 2023 aqui mesmo neste canal. Na ocasião, usei como gancho a presença da tenista Bia Haddad Maia na semifinal de Roland Garros para revisitar um tema incômodo, recorrente, chato. O texto não caduca e sempre cai como uma luva para qualquer derrota do vôlei brasileiro.

Se a medalha de bronze no Campeonato Mundial não tivesse sido conquistada, neste domingo, pela Seleção feminina de vôlei, os abutres virtuais, como gosto de chamar os haters, já estariam em ação.

Eles estavam de plantão, sedentos após o Japão empatar o jogo em 2 a 2. Bastava a virada se confirmar para mais uma onda de ataques começar. Na verdade, recomeçar, já que ontem, após o triunfo da Itália na semifinal, os haters estiveram em ação. E coincidentemente um nome daquele texto de 2023 foi alvo dos ataques: Julia Bergmann.

Ao errar um passe no tie-break no 13 a 13, a jovem ponteira virou o alvo preferencial dos ataques virtuais, com  xingamentos, palavrões, ofensas… Aqui nas redes sociais do Web Vôlei denunciei e apaguei alguns deles. Será tão difícil assim fazer uma crítica sem atacar ou ofender?

Julia não teve uma boa atuação na semi e cometeu a citada falha no 58º passe tentado no jogo. Mas isso não dá permissão a ninguém para humilhar, xingar ou atacar.

MAIS UMA REPETIÇÃO

Terminarei repetindo outro trecho daquele texto de 2023. Talvez eu seja otimista demais, mas prefiro isso a aceitar que os haters venceram.

“Cada vez mais, vemos atletas querendo distância das redes sociais, fechando comentários ou trancando suas contas. A saúde mental tem um preço e ele é caríssimo para quem lida com hordas de haters. Um dia, espero e torço,  a maioria esmagadora conseguirá fazer críticas com argumentos após uma derrota, e não com baixo nível, xingamentos e ofensas”.