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Mundial de Clubes - 7 de dezembro de 2021

Natal, desfalcado e com técnico interino, vence no Mundial

O Civitanova, atual campeão do mundo, será o próximo rival de brasileiros e argentinos


O Funvic/Natal conquistou uma incrível virada na abertura do Campeonato Mundial masculino de clubes, em Betim (MG), nesta terça-feira. Depois de sair perdendo por 2 a 0, reagiu diante da UPCN para fechar em 21-25, 20-25, 25-20, 25-21 e 15-12.

O resultado praticamente garante o time potiguar na semifinal, já que os argentinos terão agora de vencer o poderoso Civitanova, da Itália, atual campeão do mundo (confira a tabela da competição).

Dá até para chamar o resultado contra a UPCN de surpreendente. Natal teve o interino João Marcondes como treinador, enquanto Javier Weber, comandante até o último fim de semana, via o jogo do ginásio. Ele negocia a rescisão contratual com o projeto. O substituto do argentino se juntou ao grupo na véspera da estreia somente.

Para piorar, o time potiguar não inscreveu o ponta cubano Elian, um dos destaques da temporada, por conta dos altos custos, aproximadamente R$ 36 mil. Com a contusão do também ponteiro André Ludegards, a opção foi escalar Vitor Yudi na ponta, ao lado de Fábio. Yudi acabou de ser campeão pan-americano com a Seleção sub-23, mas jogando como líbero.

No banco, poucas opções. Felipe Roque, que estava uniformizado, até fez parte do aquecimento, mas ainda não está liberado para saltar. O oposto se recupera de cirurgia no joelho. Entre as outras cinco opções, dois eram levantadores: Mossa e Galo.

Um cenário completamente atípico para um confronto que praticamente valia vaga na semi. A UPCN, mesmo enfraquecida em relação a temporadas recentes, não precisou sequer fazer uma partida brilhante. No primeiro set, erros de ataques brasileiros, foram decisivos para os argentinos abrirem 1 a 0. No segundo, Natal viu o bloqueio melhorar e chegou a ficar à frente até o 11° ponto. Mas o desempenho ofensivo voltou a cair e João fez várias mudanças: Felipe Brito no meio, Krauchuk na ponta.  A reação aconteceu até o empate em 21-11, mas um novo triunfo dos argentinos aconteceu, empurrado em parte  pelo oposto Igor Guillen, brasileiro que construiu grande parte da carreira no exterior (Bahrein, Indonésia, Emirados Árabes, Líbano, Líbia, entre outros).

No tudo ou nada, Natal saiu em vantagem no início e foi abrindo frente, beneficiado por uma UPCN que parecia sofrer com a “síndrome do terceiro set”. Méritos também para o bloqueio, melhor fundamento do time potiguar na partida.

A vitória fez bem para o time brasileiro, que iniciou o quarto set colocando pressão na linha de passe argentina. A diferença chegou a ser de seis pontos. A UPCN, com alguns bloqueios, foi cortando a desvantagem.  Mas com Yudi quase imparável na entrada de rede e mais volume de jogo, Natal forçou o tie-break.

No quinto set, o veterano levantador Brajkovic cobrou mais vibração e atitude dos companheiros. O técnico Fabian Armoa, por sua vez, trocou Igor Guillen por Cáceres. O placar ficou equilibrado até o americano Patrick Gasman se transformar em um paredão no meio de rede, fazendo Natal abrir uma confortável vantagem até sacramentar a virada. Uma reviravolta para ser festejada.

Assim que o último ponto aconteceu, todo o time foi abraçar Weber, que via o jogo das arquibancadas.

Por Daniel Bortoletto, em Betim