No Irã, técnica de vôlei é presa e condenada à morte
Fahimeh Karimi teria sido presa após participar de um protesto
Fahimeh Karimi, técnica de vôlei no Irã, foi presa e condenada à morte após participar de protestos na região metropolitana de Teerã, a capital do país. As informações foram divulgadas nesta sexta-feira, inicialmente em contas iranianas no Twitter, com dezenas de milhares de compartilhamentos, e depois publicadas em diversos sites europeus.
Segundo as publicações, Karimi é mãe de três filhos e participava de um dos diversos protestos no país após a morte da jovem Mahsa Amini, 22 anos, acusada de ter violado o rígido código de vestimenta feminino do país, em meados de setembro. O Irã vive um momento de muita tensão social e pedidos de mais liberdade, principalmente para as mulheres, com números pouco precisos de prisões e mortes desde então. Organizações Não-Governamentais estimam mais de 450 manifestantes mortos, incluindo 60 menores de idade. O governo anunciou dias atrás ter libertado mais de 1200 pessoas e não revela a quantidade de policiais e militares mortos.
Desde a Revolução Islâmica no Irã, em 1979, as mulheres são obrigadas por lei a cobrir os cabelos em público com um véu, além da utilização de roupas consideradas discretas. A polícia da moralidade patrulha as ruas para verificar o cumprimento da norma.
O movimento social chegou até a Copa do Mundo de futebol, no Qatar. Os jogadores do Irã protestaram antes do jogo com a Inglaterra, não cantando o hino nacional. Nos estádios, algumas mulheres iranianas vestiram camisas pedindo liberdade no país. Segundo elas, agentes infiltrados da polícia iraniana estão no Qatar para identificar e prender as manifestantes.