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Coluna - Seleção Brasileira - 21 de março de 2023

Opções de Zé Roberto sem Gattaz na Seleção em 2023

Daniel Bortoletto escreve sobre o cenário da posição de meio de rede na Seleção feminina


A ausência de Carol Gattaz das quadras nos próximos meses não só desfalcará o Gerdau Minas nos playoffs da Superliga, mas também abre uma lacuna na Seleção Brasileira em um ano decisivo no ciclo Paris-2024.

A experiente jogadora foi titular em boa parte dos principais compromissos do Brasil no ano passado, como o Campeonato Mundial, formando dupla com Carolana. Sem Gattaz, abre-se uma interessante disputa para o Pré-Olímpico, principal competição do ano.

José Roberto Guimarães já adiantou, dias atrás, o desejo de utilizar Diana com maior frequência. Em 2022, ela jogou a Liga das Nações e depois se ausentou do restante do calendário de seleções para a realização de uma cirurgia ortognática (reposicionamento de ossos da mandíbula). E o técnico acompanha a jogadora de 24 anos de perto, já que foi uma das poucas Chiquititas a permanecer em Barueri, devendo seguir o treinador para a experiência no THY, da Turquia, na próxima temporada. Diana parece ser, atualmente, a principal aposta para ganhar uma sequência como titular na Seleção.

No Mundial de 2022, Zé Roberto tinha ainda Julia Kudiess e Lorena para a posição. A temporada de clubes das duas jovens por Minas e Sesi Bauru, respectivamente, alterna a titularidade com períodos no banco de reservas. Certamente são jogadoras com potencial de crescimento, fazem parte dos planos do técnico da Seleção, mas podem e devem mostrar mais. Kudiess terá tempo em quadra com a ausência de Gattaz na equipe minastenista nos playoffs da Superliga. Ótima oportunidade para mostrar serviço.

Entre destaques da Superliga, separo dois nomes que merecem observação na Seleção: Lara, do Fluminense, e Jussara, do Unilife Maringá. A central tricolor é a líder em pontos de bloqueio na Superliga (71 pontos), além de estar perto de assumir o posto de maior pontuadora da equipe na competição. Experiente, Lara, de 34 anos, tem feio por merecer uma nova lembrança na Seleção. Já Jussara, 26 anos, pode ser apontada como uma das revelações da atual Superliga. Fez quase toda a carreira no exterior e surpreende na competição nacional. É a central com mais pontos (255), perto do top 10. Nos bloqueios está em quarto (64), apenas dois atrás de Carolana. No percentual de ataque, é a sétima (52%). Compensa a baixa estatura para a posição (1,84m) com velocidade e bom posicionamento. As duas podem ganhar oportunidades em um ano com vários campeonatos, como Pan e Sul-Americano.

Já o nome que destaco entre jovens com potencial é o de Juju, do Sesc RJ Flamengo. Alta e com histórico em Seleções de base, é uma grande aposta para o futuro. Será que conseguirá um atalho antes do planejado?

Por fim, vários vôleifãs na live desta segunda-feira do Web Vôlei perguntaram sobre o retorno de Thaísa. No momento, não me parece muito provável, lembrando que a bicampeã olímpica pediu dispensa da Seleção antes dos Jogos de Tóquio, ciente de que estender a carreira, após uma grave lesão no joelho, depende de um cuidado especial com o corpo, algo que o calendário insano de clubes/seleções prejudica demais.

Por Daniel Bortoletto