Opinião: Sorteio “fez sua parte”. Agora é com você, Brasil!
Seleção feminina de vôlei escapa das pedreiras no caminho até a final olímpica
A China está eliminada. Estados Unidos, Sérvia e Itália estão do mesmo lado da chave. E este lado não é o do Brasil. O mais otimista vôleifã não poderia montar um cenário melhor para a Seleção Brasileira feminina nos Jogos Olímpicos de Tóquio ao término da primeira fase.
Nesta segunda-feira, o sorteio sorriu para o Brasil na definição do caminho olímpico até a final. Tirou da frente as potências e deixou como adversários Rússia (quartas) e Turquia ou Coreia do Sul (semifinais). Não poderia ser melhor, com todo o respeito que o trio citado merece.
Antes de pensar numa ainda distante final, é preciso dizer que o cenário acima só foi possível, num primeiro momento, graças ao desempenho brasileiro até aqui em Tóquio. Com cinco vitórias, uma delas sobre a Sérvia, o Brasil é o único invicto, ficou em primeiro no seu grupo e ganhou o DIREITO de, em tese, pegar o rival mais fraco nas quartas. A Rússia, neste caso, já foi um bicho-papão dos mais assustadores para a Seleção Brasileira. Hoje, não assusta tanto, mas ainda merece o devido respeito por fazer em Tóquio uma campanha até melhor do que se esperava após uma discreta Liga das Nações.
– Sabemos das qualidades da Rússia. A Goncharova melhorou da Liga das Nações para os Jogos de Tóquio, a Voronkova está fazendo uma Olimpíada na sua melhor forma. A Startseva (levantadora) está distribuindo muito bem o jogo. Ou seja, a Rússia tem feito boas partidas. Elas viraram um jogo quase perdido contra a China. É um time que está muito perigoso e melhorou muito. Vamos precisar ter muita agressividade no saque e o nosso bloqueio vai precisar trabalhar muito bem – analisou José Roberto Guimarães, coerente na análise.
Passar pela Rússia significará cruzar com Turquia ou Coreia do Sul na semifinal. Nos melhores sonhos dos vôleifãs brasileiros, as duas seleções não apareciam numa partida já valendo medalha. Esperava-se, nesta altura da competição, uma pedreira bem maior. Uma semi do pesadelo com China ou Estados Unidos, talvez. Ou mesmo encontrar a Itália, de Egonu, ou reencontrar a Sérvia, de Boskovic. Todos os quatro, no papel, são melhores do que turcas e sul-coreanas. Algo que só aumenta a ilusão de voltar a ver o Brasil, campeão em Pequim-2008 e Londres-2012, voltando a disputar o ouro olímpico em alguns dias. Deixaram a gente sonhar!
Por Daniel Bortoletto