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Liga das Nações - Seleção Brasileira - 25 de maio de 2022

Paciência é o pedido de Zé neste início de ciclo olímpico

Técnico terá várias baixas no início da Liga das Nações, primeira competição do ano


Na próxima semana a Seleção Brasileira feminina de vôlei iniciará o ciclo olímpico Paris-2024. Nos Estados Unidos, as medalhistas de prata em Tóquio iniciarão a Liga das Nações (VNL), com poucas remanescentes da equipe do ano passado. Ciente disso, o técnico José Roberto Guimarães tem na ponta da língua o pedido para o torcedor neste momento de reinício de trabalho: paciência.

– Tenho um grande desafio pela frente. Só peço que tenham paciência neste início, pois nem temos ainda o time completo. Precisamos correr contra o tempo na Liga das Nações. Acredito que com o tempo as jogadoras evoluirão e conhecerão esse universo internacional, que será muito importante para elas – afirmou Zé Roberto, em entrevista publicada nesta quarta-feira pelo LANCE!.

Para a primeira semana da VNL, estarão à disposição do tricampeão olímpico apenas quatro atletas que disputaram a última Olimpíada: as levantadoras Macris e Roberta, a ponteira Ana Cristina e a central Carol. Rosamaria, que seria a quinta, será poupada por questões físicas. Já Gabi ainda não foi convocada para os treinamentos por ter encerrado a temporada de clubes com o Vakifbank no último domingo.

Veja abaixo outros trechos da entrevista do treinador:

Planos de aposentadoria

Tinha mais ou menos idealizado minha vida em um determinado tempo para encerrar minha carreira. Isso já pensava antes de Tóquio. O Rio (Jogos Olímpicos de 2016) foi difícil, mas não queria sair daquela forma e veio a oportunidade de continuar até Tóquio. Outra coisa surgiu logo depois, que foi o projeto de Barueri. Trabalhar com essas meninas me deu uma outra força e mexeu comigo. Poucos recursos e um início de trabalho ajudando algumas atletas que estavam contundidas. Essa foi a pegada. Tivemos um patrocinador, que era a Hinode, e apareceram jovens. Trabalhamos, e vejo hoje que quase 50% das jogadoras convocadas passaram por Barueri, merecidamente. Só uma delas segue no time, que é a Diana. Foram convocadas merecidamente. É motivo de muito orgulho ter podido ajudá-las no início da carreira, fazendo com que crescessem e evoluíssem.

Diferenciais da Seleção

Temos um grupo jovem, e com algumas mais experientes. Como fazer dar liga? Primeiro, muito treinamento. Algumas já estão habituadas ao estilo de trabalho meu, do Paulinho (Paulo Coco), do Boni e do Wagão, que está com a Seleção Sub-21 e volta para o Mundial, os preparadores físicos Zé Elias, Fábio e Caíque, Fernandinho como fisioterapeuta, Júlio Nardelli como médico e a Fernanda, como psicóloga. Elas já nos conhecem, sabem que somos chatos no bom sentido de pedir o fundamento bem feito e a evolução técnica, porque acho que a diferença do vôlei brasileiro sempre foi a qualidade técnica das jogadoras, a quantidade de erros inferior à das outras equipes. E essa coisa de jogar com velocidade, que é nossa característica. Temos jogadoras para isso. É o que vamos buscar, até elas entenderem todo o cenário internacional para identificar e ter uma leitura muito rápida de quem elas forem enfrentar.

Importância da versatilidade

Sempre fui a favor da versatilidade. A jogadora precisa executar o máximo de fundamentos e entender o significado disso, a sua melhora nos movimentos, na mecânica. E não só falar “eu sou só oposta”, “eu sou só ponteira”, “eu sou só central”. Precisam saber fazer tudo. Na hora que a bola cai na mão de uma atacante, é saber levantar com qualidade. Quanto mais versátil for a jogadora, mais ela será bem-vinda na Seleção Brasileira. É isso o que queremos, como é o caso da Rosa, da Tai (Tainara), como foi da Mari lá atrás. Muita gente fala: “mas ela é oposta!”. Mas ela pode fazer aquela função, é importante, pois podemos precisar em algum momento que ela tenha essa responsabilidade de participar da recepção ou de defender na posição 6. Quanto mais versátil ela for, mais espaço terá. E é assim na vida. Quanto mais eclético você for, mais possibilidade de trabalho terá.

Posição de Rosamaria

Ela tem as duas possibilidades. Eu não fechei questão com ela se só vai jogar na ponta ou só na saída. Ela dá essas duas opções, mas também terá de melhorar no passe, no posicionamento e no ataque pela entrada. Ela ataca melhor na posição 2, mas bloqueia muito bem na 4. Tem 1,85m e precisa chegar em um parâmetro bom. Também pode jogar na saída, onde a competição será com Kisy, Lorenne, Lorrayna e a Aninha (Ana Cristina, de 1,93m), que também é versátil. Quanto mais jogadoras a Seleção tiver nessa situação, maior será o meu leque de opções.

Incentivo para brasileiras jogarem no exterior

Sempre digo quando me pedem opinião sobre ir jogar fora que acho ótimo. Sempre dei uma força e enalteci isso, pois faz com que elas cresçam. São passos importantes na vida para as atletas amadurecerem, não só como jogadoras, mas para suas vidas.