Pelé
Home Destaques Pelé lança autobiografia: Superação no esporte e na vida
Destaques - Entrevista - Fora de Quadra - 24 de julho de 2024

Pelé lança autobiografia: Superação no esporte e na vida

Da Febem ao pódio: ex-jogador do Fiat Minas teve infância pobre e difícil


Pelé do Vôlei – Superação no esporte e na vida” é o título da autobiografia que José Francisco Filho, o Pelé, lança nesta quinta-feira, na Cafeteria do Centro Cultural do Minas Tênis Clube (rua da Bahia, 2244 – piso 5, bairro de Lourdes). O evento será das 19h às 21h, com entrada liberada para o público em geral.

Mineiro de Belo Horizonte, nascido em 19 de março de 1958, no livro, Pelé conta, com leveza, sinceridade e até bom humor como venceu a extrema pobreza, a violência doméstica, o preconceito social e racial para se tornar uma referência do vôlei e do esporte nacional nos anos 1980. O livro tem 98 páginas e traz também depoimentos de atletas e profissionais que fizeram parte da trajetória de Pelé, como Renan Dal Zotto, Helder Zech Coelho, Henrique Bassi, Elberto Furtado, Hilma Caldeira, Cristina Pîrv e outros. O presidente do Minas Tênis Clube, Carlos Henrique Martins Teixeira, assina o prefácio. A produção editorial é da jornalista Cláudia Leal.

– Essa autobiografia é uma homenagem à minha mãe, à minha família e a todos que me ajudaram a alcançar meus objetivos na vida. Espero que minha história possa contribuir para mostrar, principalmente aos nossos jovens, que cada um de nós é dono do seu destino e que, com força de vontade, foco, honestidade disciplina e fé, podemos chegar aonde quisermos. Se a vida está difícil, trate de ficar mais forte – afirma Pelé.

Da Febem para o pódio

Aos 5 anos, Pelé foi internado na Febem, a extinta Fundação Estadual do Bem-estar do Menor, autarquia do governo que acolhia crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. Seu pai havia morrido em consequência do alcoolismo, e sua mãe, empregada doméstica e viúva, não tinha recursos para cuidar dos filhos menores. Duas meninas, de 7 e 9 anos, foram para um internato, no interior; as duas pré-adolescentes trabalhavam e moravam em casas de famílias. Com a mãe ficou apenas o casal de gêmeos, ainda bebês.

Quando saiu da Febem, aos 12 anos, o menino Zezé conseguiu um emprego de trocador de ônibus e, nas “horas vagas”, era carregador na feira de Santa Tereza, além de entregador de marmitas. Na juventude, foi aprendiz numa fábrica de luvas, instalador de som automotivo e técnico de telefonia.

Pelé começou a jogar vôlei, aos 15 anos, e logo entendeu que o esporte poderia mudar sua vida. Conciliava os treinos, com o trabalho e a escola. Do Guaíra, seu primeiro clube, foi para o Olympico e, em seis meses, era o melhor atacante juvenil do país. Convidado pelo Minas Tênis Clube para integrar seu time juvenil, em menos de um ano já fazia parte da equipe principal do clube, com a qual conquistou os principais títulos da sua carreira: tricampeão brasileiro (1984, 1985 e 1986), bicampeão sul-americano (1984, 1985 e 1986) e melhor atacante do campeonato brasileiro adulto por sete temporadas consecutivas.

Também defendeu a Seleção Brasileira em 165 jogos, se sagrando tetracampeão sul-americano (1981,1983,1985 e 1987), medalha bronze na Copa do Mundo (1981) e medalha de bronze nos Jogos Pan-americanos de Indianápolis (1987).

Mas, até chegar aos pódios do Brasil e do mundo, a caminhada foi dura. Um dos episódios mais marcantes para Pelé, no início de sua carreira, foi o desmaio durante um treino.

– As dificuldades para conseguir treinar eram muitas, começando pelo transporte. De Santa Tereza até o Olympico, que fica rua Estevão Pinto, na Serra, dá uns sete quilômetros. Eu não tinha dinheiro para pagar a passagem de ônibus. Então, todo dia eu ia a pé, correndo. Uma vez, eu cheguei ao treino, comecei a bater bola e desmaiei na quadra. Fui levado para o hospital, me examinaram e diagnosticaram a causa do mal-estar: fome. Eu não tinha nada no estômago. Sensibilizado com a minha situação, o presidente do Olympico na época, João Câncio Fernandes Filho, conversou com o técnico e determinou que todos os dias, antes do treino, eu poderia passar na cantina para comer dois pastéis e tomar um refrigerante. Às vezes, quando eu subia a rua Estevão Pinto, já chegando ao clube, só conseguia pensar nos pastéis e no refrigerante. Minha barriga roncava de fome -, conta Pelé

Foi na Itália, disputando um dos campeonatos mais fortes do mundo que Pelé encerrou sua carreira, na temporada 1991/1992. De volta ao Brasil, fundou a Escola de Vôlei Pelé, que funciona atualmente em duas Unidades e já formou mais de 10 mil crianças e jovens. De 2001 a 2013, foi treinador da equipe principal e de equipes da base do Minas. Na legislatura 2013/2016, foi vereador na Câmara Municipal de Belo Horizonte. De 2019 a 2023, comandou a Secretaria Adjunta de Esportes de Minas Gerais.

– O esporte mudou minha vida. Hoje, em retribuição, como ex-atleta, cidadão e político, trabalho pela disseminação do esporte como instrumento de inclusão social e de promoção da saúde e da qualidade de vida – afirma o ex-atleta, que desde 2019 integra o Conselho Deliberativo do Minas Tênis Clube.

Anote na agenda
Lançamento da autobiografia “Pelé do Vôlei – Superação no esporte e na vida” (98 páginas).
Data: 25 de julho.
Horário: 19h às 21h.
Local: Cafeteria do Centro Cultural do Minas Tênis Clube (rua da Bahia, 2244 / piso 5 – Lourdes).
Mais informações: (31) 99952-0345 / Cláudia Leal Viana