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Destaques - Fora de Quadra - Superliga - 14 de abril de 2025

Pri Heldes se junta a ‘time de grávidas’ que atuou durante gestação

Presença da levantadora em quadra na Superliga, aos seis meses de gravidez, repercutiu dentro e fora do mundo do vôlei


A levantadora Pri Heldes, do Fluminense, fez história na Superliga feminina 2024/2025 de vôlei. E não foi somente pela melhor campanha do clube. Mas sim pelo fato de ter defendido o Tricolor com quase seis meses de gravidez até a sua eliminação nas quartas de final, na última quinta-feira (10/4), para o Sesi Bauru.

As imagens da jogadora com barriga de gestante em quadra circularam nas redes sociais e o fato “furou a bolha” do mundo do vôlei, repercutindo bastante no Brasil. Ela se junta a um seleto time de jogadoras que já passou pela mesma situação: Paula Pequeno, Elisângela, Isabel Salgado, Tandara, Fabíola e Karine Guerra, entre outras mulheres que, assim como Pri Heldes, mostraram que a maternidade não é o fim da carreira de uma atleta.

A levantadora falou sobre o respaldo médico para seguir jogando pelo Flu após descobrir a gravidez.

“A primeira coisa que eu fiz, quando descobri que estava grávida, foi procurar acompanhamento médico. Estou sendo acompanhada por uma profissional que tem experiência na saúde de atletas e me liberou para jogar, adotando alguns cuidados, claro,” contou Pri, em entrevista à “Marie Claire”.

“Além disso, desde que contei para o clube e para as minhas companheiras de equipe sobre a gestação, todos receberam a notícia muito bem e me acolheram. Tudo isso – acompanhamento médico, apoio do clube e das outras atletas – me deu confiança de que eu poderia continuar jogando”, completou a jogadora.

Apesar da decisão de continuar atuando pelo Fluminense, a levantadora revelou que passou por momentos de medo e insegurança ao confirmar a sua gravidez.

“Senti medo, porque sempre foi um tabu muito grande no esporte. A atleta escuta que engravidou de propósito para prejudicar o clube, ou é mandada embora no momento que mais precisa de apoio. Tem atletas que processaram os clubes porque sofreram algum tipo de represália quando estavam grávidas. Infelizmente, foi assim por muitos anos e ainda é, em alguns ambientes. Estamos evoluindo devagar, mas estamos evoluindo”.

Neste sentido, ela fez questão de agradecer ao apoio recebido no clube carioca.

“Eu realmente só tenho a agradecer ao Fluminense. O apoio do clube foi muito importante, porque me ajudou a seguir com calma e confiante, não só curtindo a minha gravidez, mas podendo exercer o meu trabalho com o mesmo desempenho e com a mesma disciplina. E me sentindo segura que, caso eu sentisse qualquer desconforto ou dificuldade, eu não teria medo, poderia falar e encontrar a melhor solução”, disse Pri Heldes.

Com a eliminação do Fluminense na Superliga, a jogadora contou que agora o foco total é cuidar do pequeno Emanuel, que em pouco tempo estará em seus braços. Mas revela que o retorno às quadras será questão de tempo.

“Minha vida será totalmente dedicada a ele. Quero manter uma gestação ativa até o final, até porque eu não aguento ficar parada, mas toda a minha energia estará voltada para ele e para esse processo de maternidade de primeira viagem. Assim como ele viveu a Superliga comigo, dentro da minha barriga, quero estar com ele nesse momento que é novo para os dois: ele conhecendo o mundo e eu conhecendo a maternidade”, afirmou. “Guardei os vídeos e fotos dos últimos jogos para mostrar para ele e dizer: ‘Olha só, filho. Você jogava vôlei comigo antes de nascer’. Depois da licença-maternidade, pretendo voltar ao esporte. Quero muito que ele veja a mãe dele jogando, trabalhando, fazendo o que ama”, finalizou.