Rapha: “Nossa vantagem é ter um elenco muito bom”
Ninguém melhor do que o levantador Rapha representa o projeto do EMS/Taubaté Funvic. Capitão da equipe, ele está em sua sétima temporada, sendo o atleta com mais tempo de casa.
Rapha chegou ao Taubaté no segundo ano da equipe. De lá para cá, participou de todas as conquistas levantando 13 troféus. Foram seis Campeonatos Paulista consecutivos (2014 a 2019), uma Copa São Paulo (2015), duas Copas Brasil (2015 e 2017), duas Supercopa (2019 e 2020), um Troféu Super Vôlei (2020) e a Superliga 2018/19).
Às vésperas de disputar mais uma série semifinal da Superliga, Rapha falou sobre o sentimento de poder defender a equipe em mais um momento de decisão. Falou também da vontade de levantar o segundo título de Superliga, e de sua responsabilidade de ajudar os atletas mais novos nas finais.
O Taubaté, de Rapha, entrará em quadra nesta quarta-feira, às 19h, pela primeira partida da série melhor de três jogos contra o Vôlei Renata. Na outra semifinal, se enfrentarão Fiat/Minas e o Vôlei UM/Itapetininga.
Você está em sua sétima temporada pelo EMS/Taubaté e pela sexta vez está em uma fase de playoffs. O que tem passado pela sua cabeça nessas semanas que antecedem as semifinais na bolha de Saquarema?
Realmente é um orgulho enorme poder fazer parte do crescimento do vôlei em Taubaté, de toda a estrutura que foi sendo construída ao longo dos anos. E é legal poder lembrar de o que era o Vôlei Taubaté quando eu cheguei e no que se transformou hoje, essa potência nacional e mundial, realmente é uma grande alegria e honra poder participar disso tudo. E poder participar desta temporada, que foi novamente atípica, que vai ficar marcada para o resto de nossas vidas, poder ter a possibilidade de jogar numa “bolha” – que não é o que a gente queria, obviamente – é muito bom. Nós queríamos estar com nossos torcedores, fazendo a festa em cada jogo aqui no Abaeté. Mas é uma reta final de Superliga que nos motiva muito também, para que de alguma forma nós possamos trazer os resultados positivos para os nossos torcedores. Sabemos que eles estão em casa, acompanhando pela TV e torcendo muito por nós, então queremos sim trazer essas vitórias e o título para nossa casa.
O Taubaté chega às semifinais depois de uma disputa dura diante do Montes Claros América, sendo necessário três jogos para a definição de quem avançaria. Quais lições vocês tiraram dessa série de quartas de final e que podem fortalecer a equipe para as semifinais diante do Vôlei Renata?
As lições são realmente em torno daquela máxima de que não existe jogo fácil em playoff de Superliga. O América teve todos os méritos em levar a decisão para o terceiro jogo, foi realmente difícil, mas acabou nos preparando também para a sequência do mata-mata. Nós chegamos para as semifinais muito fortalecidos, completos, motivados, e as expectativas para os jogos contra o Campinas são sempre altas. Eles tem uma equipe forte, que joga muito bem contra nós, vem jogando bem nessa Superliga e tem tudo para ser uma série semifinal de altíssimo nível.
O Vôlei Renata fez jogos sempre duros contra o Taubaté nesta temporada. Foram seis partidas, sendo duas vitórias dos campineiros e quatro do Taubaté. O quanto esse fato dos times se conhecerem bem, até pelo número de jogos contra recentes, ajuda e atrapalha na hora de entrar em quadra para uma série decisiva de Superliga?
Ajuda muito porque são times se conhecem e gostam de jogar contra, sempre fazendo partidas emocionantes e muito vibrantes. Isso ajuda no sentido de nós buscarmos estudar mais o adversário e buscar a melhor forma de vencer esses jogos que virão. As equipe precisam mudar, buscar coisas diferentes em quadra, porque como já dissemos, os dois times se conhecem. Entra aí a vantagem de nós termos aqui no Taubaté um elenco muito bom, com opções no banco que oferecem soluções para momentos de dificuldade ao longo da partida.
Rapha, você é um dos mais experientes do elenco. Agora jogando em bolha a fase final, isso exige mais ou menos do físico dos atletas por causa das partidas intensas e seguidas? Preparação tem sido focada nisso?
Nesse ponto fica um pouco de uma situação amarga, digamos, por não poder jogar no nosso ginásio, com a nossa torcida. Numa situação normal, pela nossa classificação em segundo, faríamos as decisões sempre em casa. Mas apesar desse sentimento, nós nos motivamos mais para trazer os resultados para os nossos torcedores. Ficar nessa bolha, em Saquarema (RJ), é um desafio, claro, mas ao mesmo tempo foi uma decisão sensata da Confederação Brasileira de Voleibol, nós temos que parabenizar pela decisão em acordo com os clubes. Essa bolha é segura e muito responsável com todos os envolvidos nessas finais. É a melhor condição disponível no momento para que nós possamos desempenhar nosso melhor papel em quadra e para que o campeonato acabe da melhor forma possível, e principalmente, em segurança.
Especialmente para os novatos, que estarão em uma fase final pela primeira vez, o que você pode fazer pra ajudar na parte emocional?
Isso é importante, pois assim como eles, eu e os outros atletas mais experientes do nosso elenco também tivemos nossa primeira vez em uma semifinal de Superliga. O mais importante como capitão é mostrar para todos os atletas, novos ou experientes, a importância de cada um dentro dessa campanha 2020/2021, e a importância de cada momento em que nós estaremos juntos nessas finais. O jogo, o treino, o descaso, cada momento tem de ser valorizado para mantermos esse espírito vencedor coletivo. E mostrar também que cada um tem seu valor dentro do time e será importante para que nós consigamos vencer essa série semifinal e chegar à decisão. Não existe no nosso grupo esse ou aquele que seja mais importante. Todos tem importância, todos se doam, se dedicam e buscam a mesma coisa. Nós vamos em busca das vitórias pelo Taubaté, pela torcida e pela cidade. A minha palavra é justamente essa, que cada um curta cada momento dessa fase final e de que cada jogador tem sua importância dentro do grupo.