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Entrevista - Internacional - 6 de maio de 2020

Rasic sobre a Sérvia: “Temos um time dos sonhos”

A central falou sobre o momento da seleção


Em uma entrevista para a Federação da Sérvia, a central Milena Rasic passou a limpo a carreira. A jogadora do Vakifbank, da Turquia, apontada como uma das melhores do mundo na posição, falou sobre o momento, o início, as lições aprendidas no esporte e como a Olimpíada do Rio de Janeiro, em 2016, quando as sérvias ficaram com a medalha de prata, foi decisiva para a mudança de patamar da seleção.

Dois anos depois, a Sérvia, de Rasic, Boskovic, Mihajlovic e Ognjenovic,  conquistava do título mundial, se colocando de vez entre as atuais potências da modalidade e como favorita ao ouro em Tóquio, no próximo ano.

Confira algumas das declarações de Rasic:

MOMENTO DA SÉRVIA

– Poderíamos nos gabar de que temos os melhores jogadores do mundo, mas o vôlei é um esporte coletivo e um jogador que repete ‘eu, eu, eu’ é o suficiente para que tudo desmorone. É uma honra e um grande prazer jogar pela Sérvia. Desde o início, quando você se junta à equipe, você se sente parte de algo grande. As conquistas e os amigos que você faz lá não podem ser expressos em palavras. Nosso sucesso ao longo dos anos fala por si. Sem a excelente atmosfera que criamos na equipe, não conseguiríamos nada disso. Temos um time dos sonhos, mas é importante sermos um time de verdade.

INÍCIO E APRENDIZADO

– Quando comecei a praticar vôlei, foi minha fuga da realidade. Mal podia esperar para encontrar meus amigos e jogar vôlei. Ficava feliz. Tudo começou a se encaixar perfeitamente. Eu estava crescendo e aprendendo não apenas sobre vôlei, mas também sobre a vida em geral. Percebi que podia fazer algo de mim no vôlei e talvez pudesse criar uma vida melhor para mim. O voleibol me ensinou muitas coisas e me ajudou a me tornar um ser humano saudável e sadio.

CARINHO DOS FÃS

– Recebemos muitas cartas de fãs de todo o mundo: Japão, Polônia, Brasil. É incrível!. Acho que tudo começou nos Jogos Olímpicos no Rio. Não éramos os favoritos, fomos lá para dar o nosso melhor e o que quer que acontecesse seria bom… E então vencemos os Estados Unidos nas semifinais e as pessoas gostaram de nós. Todos torceram por nós porque éramos os azarões. A partir daquele momento, ganhamos muito apoio de todo o mundo

VERSATILIDADE

– Isso é graças a todos os treinadores com quem trabalhei. Trabalhei em todos os fundamentos, exceto talvez na recepção. Acho que não sou ruim em defesa, como muitos treinadores me disseram. Comecei como levantadora, o que é inacreditável para mim agora. E tentei todas as posições. Até joguei como líbero uma vez no time juvenil do meu primeiro clube, o Sumadija Arandjelovac.

PRÊMIOS INDIVIDUAIS

– Devo admitir que fiquei surpresa com esse prêmio (melhor atacante do Grand Prix em 2011). Raramente ele fica nas mãos de uma central, mas eles analisaram a porcentagem de ataques. Todo mundo sabe que a Sérvia gosta de atacar com seus centrais, especialmente Maja Ognjenovic. Tive a sorte de jogar com excelentes levantadoras.

Sérvia
Festa sérvia no Europeu em Ankara, na Turquia, no ano passado (CEV/Divulgação)

AUSÊNCIA NO EUROPEU DE 2019

– O principal motivo foi que eu realmente precisava descansar um pouco. Conversei sobre isso com o treinador Terzic e passei o verão com a família e os amigos. Para ser sincera, é muito mais fácil jogar do que assistir. Você fica lá, sabendo que não há absolutamente nada que possa fazer nas arquibancadas e que poderia ajudar se estivesse lá embaixo, na quadra.

ÚLTIMO MUNDIAL DE CLUBES

– Não estava em boa forma e tive problemas para encontrar meu jogo. Eu me senti muito mal. Parecia que nunca ia acabar. Felizmente, conquistamos uma medalha de bronze.

SENTIMENTOS

– Sou muito emotiva e choro com frequência depois de uma partida, às vezes até depois de um treino ruim. Mesmo se eu jogar bem e perder, e principalmente se jogarmos uma decisão valendo medalha, muitas vezes choro.

PANDEMIA DO CORONAVÍRUS

– Eu estou bem. Eu tenho tudo o que preciso. Eu respeito todas as recomendações para ficar em casa, saio apenas para comprar mantimentos nas proximidades e uso máscara e luvas. Eu assisto filmes e TV, e agora estou montando um quebra-cabeça de 1.500 peças. Parece que eu nunca vou terminar.

ATIVIDADES FÍSICAS NESTE PERÍODO

– Recebemos exercícios do preparador do clube e trabalhamos principalmente para força ou corrida. Infelizmente, não podemos trabalhar com bola. Então, durante uma hora por dia, eu pulo por aí e certamente irrito os vizinhos. Temos treinamento todos os dias, exceto domingo, e esses exercícios são realmente úteis.

ENSINAMENTO

– Aprendi que quando caio, tenho que me levantar e tentar novamente – ainda mais e melhor. Não importa quantas vezes você caia, você sempre precisará encontrar forças para mais uma tentativa. Isso se aplica não apenas ao esporte, mas à vida em geral. Não desista!