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Praia - 24 de junho de 2019

“Rei do Mundial”, Alison busca redenção em Hamburgo


O brasileiro Alison tem um retrospecto brilhante no Campeonato Mundial de vôlei de praia.

O campeão olímpico já conquistou dois ouros e uma prata na competição e irá buscar mais uma medalha para sua coleção a partir do dia 28 de junho, no Estádio Rothenbaum, em Hamburgo (ALE).

Agora parceiro de Álvaro Filho, o Mamute subiu ao topo do pódio nas edições de 2011, em Roma, com Emanuel, e 2015, em Haia, com Bruno Schmidt, além de ter ficado em segundo lugar em 2009, em Stavanger, com Harley, em sua primeira participação no evento.

– É bacana me dar conta que minha estreia já tem dez anos. O esporte mudou muito desde aquela época. Lembro que quando cheguei ao Circuito Mundial era um dos bloqueadores mais altos e hoje praticamente todas as duplas contam com um jogador da minha estatura. A nova geração trouxe muita força para o jogo e hoje duplas de diversos países encaram os brasileiros e americanos, que sempre dominaram, de igual para igual, o que é ótimo para o esporte – comentou.

E as mudanças que afetaram o vôlei de praia também impactaram Alison. Aos 33 anos, o brasileiro já conquistou todos os títulos mais importantes do esporte, mas nunca deixou de buscar novas formas de seguir evoluindo.

Desde as Olimpíadas de 2016, que ele venceu com Bruno, o Mamute não tem repetido os resultados que o consagraram, mas ele jamais entregou os pontos, como as recentes trocas de parceria que vez, de Bruno para André e de André para Álvaro, deixam claro.

– Não se pode para de evoluir. É muito fácil achar que não há mais o que aprender ou onde melhorar quando se chega ao topo, mas para mim, um jogador que pensa assim não merece mais estar onde está. Sou muito grato por ter uma ótima comissão técnica ao meu lado e um parceiro que me estimulam a buscar mais sempre. Nada dura para sempre e ainda que meu passado e minhas vitórias sejam incríveis, sei que tenho que focar no presente – comentou.

– Fiz as minhas escolhas nesses últimos anos que alguns acham que foram boas, outros avaliam que foram ruins em termos de resultados, mas eu sempre aprendi com elas. É um processo difícil e exige muita maturidade e humildade, mas é a única forma de crescer, tanto como atleta como pessoa – completou.

Desde 2017, Alison conquistou duas medalhas de ouro, uma de prata e duas de bronze no Circuito Mundial. O número é relativamente baixo se comparado aos dez ouros que ele e Bruno ganharam entre 2015 e 2016, quando dominaram o cenário mundial.

Mas ele está confiante de que as coisas vão mudar agora que ele tem Álvaro ao seu lado. A dupla, formada em março, teve altos e baixos nos seis torneios que disputou, mas o progresso apresentado foi suficiente para criar expectativas positivas no Mamute.

– Ainda somos uma dupla nova e o que nos fez estar juntos nesse momento foi o fato de termos os mesmos objetivos e de acreditarmos no mesmo caminho para alcançá-los. Nosso começo foi bom, conseguimos deixar os country-cotas para trás, subimos no ranking e melhoramos em diversos aspectos, o que não é fácil. Vamos tentar mostrar isso em Hamburgo. Álvaro e eu temos bons resultados em Mundiais, nós gostamos de jogar esses torneios e estamos confiantes de que vamos nos sair bem.

O ponto alto da parceria até o momento foi, indiscutivelmente, o título conquistado no torneio três estrelas de Kuala Lumpur no início de maio. A vitória não só encerrou um jejum de títulos internacionais de dois anos do Mamute como também garantiu a dupla no Campeonato Mundial.

– O título em Kuala Lumpur foi muito especial. Voltar ao topo do pódio depois de dois anos foi ótimo e acho que poucos atletas já venceram etapas três, quatro e cinco estrelas, além das Finais do Circuito Mundial. Precisávamos terminar entre os três primeiros para nos classificarmos para Hamburgo e, apesar de toda a pressão, conseguimos. Passamos por algumas dificuldades, mas elas nos fortaleceram.

Alison e Álvaro
Álvaro Filho (esq) e Alison durante partida em Varsóvia
(Divulgação/FIVB)

O título, no entanto, não ajudará a dupla na disputa por uma vaga nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020, já que a corrida olímpica brasileira considera apenas etapas quatro e cinco estrelas, além do Campeonato Mundial. Por isso, o torneio em Hamburgo terá um peso enorme na disputa, na qual Alison e Álvaro estão atualmente em segundo lugar empatados com Pedro Solberg e Vitor Felipe, atrás dos líderes Evandro e Bruno Schmidt.

– O torneio em Hamburgo pode definir muita coisa em relação à corrida olímpica. Todas as duplas têm basicamente a mesma pontuação, então se uma terminar muito à frente das outras ela poderá ficar com a classificação bem encaminhada. Sabemos disso e estamos nos preparando para fazer o nosso melhor, mas se as coisas não forem bem para nós, também não vamos encarar com o fim do mundo. Vamos seguir buscando o melhor em cada torneio até o fim.

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