Renan sobre Tóquio: “Vamos chegar muito bem”
Renan Dal Zotto completa, neste domingo, 60 anos. O técnico da Seleção Brasileira masculina deu uma entrevista ao Globo Esporte e, entre outros assuntos, falou sobre os efeitos da pandemia do coronavírus na preparação olímpica para Tóquio, o peso de precisar defender o ouro da Rio-2016 e o desafio de ter substituído Bernardinho. Ele garante que, apesar de alguns países já terem voltado ao trabalho, ele crê em um Brasil pronto e entre os favoritos daqui a um ano.
Para a temporada 2020/2021, Renan será exclusivamente técnico da Seleção. Depois de um ano e meio como técnico do EMS/Taubaté, ele assumiria um cargo na gestão administrativa. Chegou até a ser anunciado, mas acabou voltando atrás e focará na preparação do Brasil para os Jogos de Tóquio.
CONVITE PARA TREINAR A SELEÇÃO
– Não estava no meu radar estar à frente da Seleção Brasileira naquele momento. Quando eu participei do programa do Milton Leite (Grande Círculo, no SporTV), o Marquinhos Freitas (comentarista) me perguntou: se eu fosse presidente da CBV, eu me chamaria para ser técnico? Respondi prontamente não. Não estava no meu radar, não estava na minha cabeça. Quando veio o convite eu falei não. Na segunda oportunidade, já com Bernardinho junto, falei não de novo. E na terceira, acabei cometendo a loucura de aceitar. Na época eu só escutava: “Não faz isso, você vai manchar a carreira”, mas eu queria dar sequência a tudo que tinha sido construído.
ZÉ E BERNARDINHO
– O Bernardinho é insubstituível, não só ele, o Zé Roberto também é. Nosso papel é dar sequência a uma história maravilhosa. Os dois são maiores exemplos de liderança e gestões no esporte coletivo. Vou tentar escrever uma nova história, mas vou ter que me esforçar muito. Lembro que a gente falava muito, o Brasil era 16 anos líder do ranking mundial. Olha a responsabilidade, imagina eu assumo e caio para terceiro? Até agora seguimos na liderança.
PREPARAÇÃO OLÍMPICA
– Eu acho que está todo mundo no mesmo mar, um de barquinho, outro de iate, outro de colete. Mas todos no mesmo mar. Falta um ano. Até lá vai estar todo mundo no mesmo barco, hoje o Brasil está um pouco atrás, mas temos tempo para entrar no iate. A gente não está no iate ainda, mas temos tempo para retomada. A Superliga vai ser fundamental para avaliar o retorno dos atletas.
PREJUÍZO COM A PANDEMIA
– Existe uma preocupação com a parte física, mas essa preocupação é muito maior com a saúde mental, e cada um vai responder de uma maneira. Quando a gente retornar, a gente vai estar muito atento a tudo. Tecnicamente é o que menos me preocupa.
TÓQUIO-2021
– Fizemos uma preparação em quatro anos para chegar em 2020 da melhor maneira possível, e acho que temos que pensar que estamos vivendo um momento difícil, mas estamos todos no mesmo mar, daqui a pouco estaremos no mesmo barco. Temos que pensar que ganhamos mais um ano de preparação, e isso para o Brasil é bom. Não é garantia de nada, mas vamos chegar muito bem, depois as circunstâncias do jogo vão falar mais alto, mas vamos estar entre os favoritos.