
Rodriguinho lembra convivência e façanhas de Calderano: “Prodígio”
O feito histórico do mesa-tenista brasileiro Hugo Calderano ao alcançar a final do Campeonato Mundial de Doha, no Qatar, no último fim de semana, foi um dos principais resultados do esporte brasileiro no ano. E fez com que o passado poliesportivo do craque das raquetes voltasse a ser assunto. Rodriguinho, ponteiro campeão da última Superliga pelo Sada Cruzeiro, foi companheiro de quadra, no vôlei, do fenômeno mundial. Ambos defenderam o Fluminense quando ainda eram crianças.
Nos últimos dias, um vídeo de Calderano jogando vôlei após uma partida do Mundial fez sucesso entre os voleifãs e chamou atenção até mesmo de Bernardinho. O técnico da Seleção Brasileira masculina elogiou o astro ao chamar o atleta de “craque” em um repost nos stories.
Rodriguinho confirma as palavras do comandante. Entre as recordações sobre o ex-colega, destacam-se momentos de genialidade de Calderano, primeiro atleta de fora da Ásia ou da Europa a disputar uma final do Mundial, tanto na preparação física quanto no talento com a bola de vôlei. Hugo, assim como o jogador do Sada Cruzeiro, era ponteiro.
– Ele sempre foi prodígio e hoje está colhendo tudo o que plantou, porque começou cedo e treinou muito. Lembro que a gente, antes de treinar, tinha duas vezes na semana que fazer corrida em volta do campo de futebol, na parte física. E todo mundo morria para correr naquele campo grande. Todo mundo demorava. Já o Hugo sempre fez bem. Ele tinha um relógio que marcava o tempo, e sempre terminava em primeiro. Brincava de basquete, treinava com a gente no vôlei, muitas vezes viajava e tudo, vinha só para o jogo, e quando jogava, jogava bem – recordou Rodriguinho ao Web Vôlei.
A gente cruzava redes. Eu fazia uma rede e ele a outra. Então, eu era o principal atacante da minha rede, e ele da outra. Eu ficava incrédulo que estava lá treinando sempre, enquanto ele, às vezes, não podia por um compromisso ou outro. Mesmo assim, quando chegava no jogo, tinha vezes que ele ainda jogava melhor que eu. Eu falava: “não é possível, eu estou aqui todo dia” (risos). Mas ele sempre teve facilidade com esportes no geral – completou.
O ponteiro lamenta que a convivência com Hugo tenha sido breve, uma vez que o mesa-tenista logo largou as quadras, depois de um período em que conciliou ambas as modalidades. Com 1,82m, Calderano sabia que teria menos perspectivas no vôlei do que com a bolinha e a raquete.
– A gente era da base ali, novo, não sei se mirim ou infantil, e o Hugo já disputava campeonato adulto de tênis de mesa no Rio. Então, o nível dele foi subindo muito rápido a ponto de o restante não acompanhar. Inevitavelmente, cada vez ele foi se afastando do vôlei. Foi para São Paulo e depois para fora do país – contou Rodriguinho.