Rosamaria: “Estou mais madura e confiante”
Um papo com a oposta da Seleção às véspera dos Jogos de Paris
Aos 30 anos, Rosamaria vai disputar pela segunda vez na carreira os Jogos Olímpicos. O que mudou daquela estreante de 2021 para a Rosa atual? Ela responde essa pergunta feita pelo Web Vôlei, durante o último período de treinamento em Saquarema antes do embarque para a França.
Entre Tóquio e Paris, Rosamaria trocou o voleibol italiano pelo japonês. Na temporada passada, admitiu um enorme desenvolvimento na passagem pelo Denso Airybees. Na Seleção, foi titular em 2024 e chega como uma das protagonistas do time em Paris.
– É uma honra poder representar o meu país em mais uma Olimpíada e estar entre as 12 selecionadas, em um cenário com tantas atletas capazes e que desempenham em alto nível, é um privilégio. Vou com um grupo que tem um único objetivo, que é entregar o seu melhor e, com isso, buscar a tão sonhada medalha de ouro. Vou mais experiente. Aliás, como uma das mais experientes do grupo e isso traz um peso diferente, mas nada que não estejamos preparadas para lidar. Toda a minha dedicação e esforço me trouxe até aqui e espero realizar meu sonho e trazer alegria para a torcida brasileira – disse.
Confira mais sobre o papo com Rosamaria:
Entramos no último período de treinamento em Saquarema de todo um longo ciclo olímpico. Nessa lapidação final antes da viagem para Paris, você considera o trabalho mental tão ou mais importante do que o técnico/tático?
Acho que estamos tentando melhorar em todos os aspectos desde que chegamos aqui e o lado mental é um deles. Neste ano, isso tem sido um dos focos do nosso trabalho. É importante vermos isso sendo falado cada vez mais: o trabalho mental em conjunto com todos os outros. Estamos dando a devida importância a isso. O aspecto mental é tão importante quanto o técnico, tático e físico.
Você acredita na tese que as derrotas ensinam mais do que as vitórias? Quais os ensinamentos da semi e da disputa do bronze na VNL?
Acho que conseguimos tirar ensinamentos de todas as situações. Lógico que quando temos uma vitória, algumas coisas passam despercebidas, o resultado final acaba sendo positivo e acabamos deixando algumas coisas de lado. Nas derrotas elas ficam mais evidentes. Depois da Liga das Nações, nós conversamos sobre quando vencemos, das dificuldades que tivemos, e o que podemos melhorar. Também estudamos as nossas vitórias, pois vencemos passando por algumas dificuldades, como faz parte de qualquer equipe. Acho que fizemos um trabalho muito lindo, e essas duas derrotas não apagam o que construímos ao longo da Liga das Nações, e temos que valorizar muito isso. Foram jogos de 3 a 2, decididos nos detalhes, tanto a semifinal quanto o jogo da medalha de bronze. Temos que tentar observar os detalhes, o que podemos melhorar ainda tecnicamente, o que as grandes equipes estão fazendo para jogar contra nós e como elas estão se comportando para jogar. É pensar na frente, até porque são dois adversários da nossa primeira fase nos Jogos Olímpicos.
Na pequena folga pós-VNL, você conseguiu virar rapidamente a chave ou se pegou pensando muito na fase final em Bangkok?
Fiquei pensando por uns dias no que eu poderia ter feito de diferente, como que eu poderia chegar essa semana já fazendo uma coisa diferente, no que eu poderia trabalhar individualmente e como equipe para conseguirmos seguir evoluindo, mas ao mesmo tempo é preciso virar a chave. É importante entendermos que Liga das Nações foi importante, temos noção disso.
Por falar em Bangkok, de alguma forma o carinho absurdo recebido por vocês foi surpreendente?
Ano passado também fomos para a Tailândia, esse foi o segundo ano, e já tinha visto esse carinho. É um povo muito apaixonado por voleibol no geral, mas eu fiquei surpresa realmente o quanto eles gostam muito da Seleção Brasileira, e com outras seleções também. Eu senti um carinho muito forte e nos sentimos em casa. O ginásio vibrava quando chegávamos e eles de fato acompanham e conhecem muito de vôlei. Ficamos muito surpresas, porque quando chegamos no aeroporto tinha uma multidão, mais do que no ano passado, foi surpreendente.
Para encerrar, qual comparação você faz entre a Rosamaria dos Jogos de Tóquio e a que está prestes a jogar em Paris?
Acho que estou mais consciente do meu papel aqui dentro, e do que eu posso oferecer para o grupo, e de qual é o caminho para jogar os Jogos Olímpicos. Estou mais madura e confiante.