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Destaques - Seleção Brasileira - 22 de novembro de 2022

Rosamaria: “Não me vejo jogando até os 40”

Ponteira/oposta da Seleção Brasileira inaugurou marca própria na semana passada


Aos 28 anos, Rosamaria começa a pensar desde já na vida fora das quadras. No auge da carreira, a ponteira/oposta da Seleção Brasileira e do Busto Arsizio (ITA) ainda tem muitos planos no esporte, mas conta que não pretende chegar aos 40 na mesma rotina. Dentre os objetivos da catarinense de Nova Trento estão os projetos pessoais, como o lançamento de sua coleção de joias em parceria com a marca Jamming.

No último dia 15, a jogadora inaugurou a iniciativa ao lado das sócias Paula Bernardes e Paola Paz. As peças, unissex e minimalistas, ganharam destaque nas redes sociais da atacante nas últimas semanas.

– (A aposentadoria) não me assusta, porque tem tantas outras coisas que gostaria de viver também. Amo o que faço, mas sempre tive claro que vai ter fim. Quero parar quando eu quiser e não ser parada. Não sabemos o dia de amanhã, mas hoje não me vejo jogando até os 40 anos e quero o segundo caminho pronto para quando decidir parar – comentou Rosamaria, à revista “Vogue”.

Um dos nomes importantes da equipe de José Roberto Guimarães no ciclo olímpico de Paris 2024, Rosamaria ainda almeja grandes passos na carreira. Ela elenca outras atletas que alcançaram a longevidade e valoriza a preparação física do vôlei moderno. O importante, segundo a atacante, é não atropelar momentos.

– Temos exemplos de longevidade no esporte, como Fernanda Garay e Carol Gattaz. Dá pra chegar bem mais longe do que antigamente. Quero criar tudo com calma, precisão e aprendendo como o mercado, o entretenimento e a TV funcionam – acrescentou Rosamaria.

Data para a aposentadoria não é algo que ela estabeleça. Fato é que Rosa se mostra encantada com a carreira de empresária da moda.

“Sempre procurei e gostei de roupas na parte masculina das lojas e não queria ver essa separação na minha marca. As peças foram pensadas para que todas as pessoas se sintam à vontade para usá-las”, completou a jogadora.

A atleta faz um balanço positivo do ano e deixa claro que está focada em Paris 2024. A Seleção conquistou a prata no Campeonato Mundial e mostrou que segue na briga entre as grandes equipes do planeta.

– Estou em um momento feliz, porque tenho consciência do que quero para a minha vida. Foi um ano interessante na Seleção, de superação e de certeza de que fui muito forte. Paris está batendo na porta e quero participar de mais uma Olimpíada – disso Rosa.

Confira outros tópicos da entrevista de Rosamaria

1m85: a aceitação do corpo

– Quando entrei no esporte, conheci um mundo em que era legal ter a altura que eu tinha. Me sentia totalmente deslocada até então, mas no vôlei me identifiquei com quem estava ao redor e aprendi aos poucos a enxergar a beleza no meu corpo.

A vida em Milão

– Morar perto de Milão é ver as pessoas respirando moda e ninguém julgando os outros. Essa liberdade de expressão no vestir e agir me encanta.

Depressão no final de 2027

– Foram meses sem dormir, fazendo terapia e até tomando medicação por um tempo para decidir me afastar da Seleção em 2019. Consegui sair dela, mas foi difícil abrir mão e me distanciar do sonho da Olimpíada [curada, a jogadora conseguiu participar dos jogos de 2020 em Tóquio]. Ali, era a Rosamaria pessoa física e precisei pensar em mim, caso contrário só andaria para trás. Tem que ser exposto, tratado como uma coisa normal e como mais um treinamento. Isso faz diferença numa decisão, não basta ser apenas a mais alta ou mais forte.

Cuidado com redes sociais
– Evito porque, às vezes, no meio do esporte a exposição não é bem vista. Se faço story hoje e perco o jogo, vão falar que estava mais preocupada com as redes sociais. Poderia fazer muito mais e tirar ideias do papel, mas escolho não expor 24 horas do meu dia.
Desafios para as mulheres
– O vôlei feminino é um dos esportes mais seguidos. Atingimos o público feminino e masculino, mas, assim como no futebol e outras modalidades, também temos diferença de salário e premiações. É uma briga constante.