Santarelli fala sobre De Gennaro, Vargas e elege a melhor seleção do mundo
Santarelli: "Perdoem-me se exagero em certos momentos. Sou alguém que vive das emoções e expressa tudo o que sente"
Em entrevista ao jornal itailano Corriere Della Sera, o técnico da Turquia, Daniele Santarelli, falou sobre o excelente momento que vive com a seleção turca, campeã da VNL em julho, após bater a China na decisão, e diante da possibilidade de conquistar mais um título inédito neste domingo, na final do Campeonato Europeu Feminino de Vôlei 2023, contra a Sérvia.
Turquia e Sérvia decidem, neste domingo (3/9), o Campeonato Europeu feminino de vôlei, às 15h (de Brasília), em Bruxelas, na Bélgica. O confronto será transmitido ao vivo pelo streaming da Confederação Europeia (CEV), pelo StarPlus e sem imagens pelo Web Vôlei, em seus canais no YouTube e na Twitch.
Aos 42 anos, Santarelli já tem um currículo extenso como treinador. Tem cinco campeonatos italianos consecutivos, quatro copas da Itália, cinco Supercopas, uma Liga dos Campeões e dois Mundiais de clubes com o Conegliano, além do Mundial com a Sérvia no ano passado com a vitória em cima do Brasil.
Confira os principais trechos da entrevista:
O que você pensou no meio do quarto set quando parecia que a Itália tinha o jogo sob controle?
Santarelli: Que eu tinha que ficar calmo e manter as meninas calmas. Sou uma pessoa que vive de emoções, mas às vezes tenho que me conter. Ainda tenho que crescer desse ponto de vista. Naquele momento, comecei a limitar as comemorações, para ajudá-las em algumas mudanças táticas. Eles fizeram o resto.
O que você pode falar sobre a Vargas?
Santarelli: É um talento louco e eu sou o treinador mais sortudo do mundo porque, numa carreira tão curta, treinei as opostas mais fortes do mundo. O que me deixa orgulhoso dela é que ela ouve muito e é trabalhadora. Ela nunca desiste e é uma jogadora completa. É uma vantagem incrível tê-la disponível. No sistema de jogo que tenho em mente, ela é essencial.
Como é ouvir e cantar o hino da Itália e depois vencê-la?
Santarelli: A primeira vez que funcionou, agora estou me habituando. Canto porque sou italiano e tenho orgulho de ver a seleção do outro lado da rede. Claro que não gosto de jogar contra a Itália, mas confesso que vencê-la me dá algo a mais. É mágico, especial.
Você esperava já estar neste ponto com a Turquia?
Santarelli: Se eu dissesse que sim, diria um disparate. Acreditei fortemente nisso e aceitei este trabalho porque acreditei que poderia vencer e fazer algo que a Turquia nunca tinha feito antes. E gosto muito de desafios. Ganhar a Liga das Nações deu-nos imediatamente confiança e consciência, mas sabia que este Campeonato da Europa seria mais difícil porque teríamos defrontado equipes mais fortes do que nós. E a Itália é hoje a seleção mais forte do mundo.
Qual é o seu segredo°
Santarelli: Acho que a minha forma de ser provavelmente ajuda as jogadoras. Sou alguém como elas, que vive das emoções e expressa tudo o que sente. Perdoem-me se exagero em certos momentos, mas eu realmente preciso fazer isso e as meninas percebem isso. É claro que em alguns momentos devo me conter, mas se funcionou também na Sérvia, com um povo completamente diferente, por que não funcionaria na Turquia? Mas tenho consciência que ainda tenho muito que crescer e aprender.
Você treinou Egonu e tem uma relação especial com ela. Como você vê a situação dela na Itália?
Santarelli: Paola é provavelmente a melhor atacante do mundo. Conheço-a muito bem, treinei-a durante três anos e sei que jogadora ela é. Conheço-a muito bem também do ponto de vista humano, acho que ela está sofrendo com esta situação e sinto muito por ela. Acho que imaginar uma seleção sem Egonu é uma loucura.
E sua esposa Monica De Gennaro, inesperadamente excluída da convocação de Mazzanti, como você recebeu isso?
Santarelli: Não me faça perguntas incômodas. Tenho a minha ideia, sei tudo, mas não digo nada. Agora ela está trabalhando com o Conegliano e está plena.