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Coluna - Seleção Brasileira - 10 de setembro de 2022

Seleção da coerência de Zé para o Mundial

Opinião de Daniel Bortoletto sobre a definição da Seleção feminina para o Campeonato Mundial


A definição do grupo das 14 jogadoras da Seleção Brasileira feminina para o Campeonato Mundial não teve surpresas. E seguiu algumas premissas bem conhecidas da forma de trabalho de José Roberto Guimarães.

O treinador quer cada vez mais jogadoras “multitarefas” à disposição. E tal quesito garantiu o retorno de Tainara ao grupo. Não é de hoje o desejo do treinador em ter na Seleção atletas com capacidade para fazer duas funções. E este elenco para o Mundial é um bom exemplo.

Tainara, desde que surgiu na base, sempre teve o ataque como ponto principal. Seria até cômodo jogar como oposta. Mas ao se fixar como ponteira ela precisou (e ainda precisa) desenvolver o passe. Na temporada de clubes, entrou algumas vezes para substituir Brayelin Martinez na saída de rede do Dentil/Praia Clube.  E deu conta do recado. Recuperada de um problema no ombro que impediu testes na VNL, ela será mais um dos curingas de Zé.

Quem fez o sentido da “saída para a entrada” foi Rosamaria. Com a suspensão por doping de Tandara, ela parecia ter o caminho pavimentado para se firmar como oposta neste ciclo olímpico. Vieram as lesões, apareceu Kisy como um raio na VNL e a opção de Rosa foi aprimorar o passe e voltar a uma posição que ela havia se afastado nos últimos anos, mas os treinadores sempre viram potencial para desenvolvimento dela como uma atleta mais completa.

Ter atletas com possibilidade de fazer duas funções é um pensamento “olímpico”. Zé já está agindo agora com a cabeça em 2024, quando poderá levar 12 e não 14 jogadoras para a Olimpíada. E aquelas com dupla função ganham pontos nesta corrida.

A coerência foi outro ponto fundamental para o fechamento da lista. Após o pedido de dispensa de Ana Cristina, outra a se encaixar no formato “multifuncional”, ficava claro que a saída de rede seria a posição escolhida para o corte final. Com Kisy garantida, a disputa ficou entre Lorenne e Lorrayna. Destra ou canhota? A mais experiente ou a novata? Zé optou pela oposta com maior rodagem, já testada, acostumada a participar de jogos internacionais, mesmo não estando no melhor momento da carreira. O potencial de Lorrayna é nítido, a temporada na Itália deverá agregar muito e acredito que ela estará sim na briga por Paris-24. Mas Zé foi na bola de segurança.

Com a impossibilidade de contar com Diana, Julia Bergmann e Ana Cristina, além de Thaísa seguir a carreira apenas no clube, a Seleção Brasileira para o Mundial é o que temos de melhor. No meio de caminho até Paris, o cenário é bem otimista.

Por Daniel Bortoletto