GALERIA SHEILLA
Home Destaques Sheilla, sobre Tóquio: “Se não puder ajudar, não quero ir”
Destaques - Internacional - 31 de março de 2021

Sheilla, sobre Tóquio: “Se não puder ajudar, não quero ir”


Em entrevista ao site Globoesporte.com publicada na terça-feira, a bicampeã olímpica Sheilla falou sobre a experiência de ter participado da primeira edição da Liga Profissional de Vôlei dos Estados Unidos, que terminou na segunda-feira e sobre Tóquio-2020. Os Jogos Olímpicos estão marcados para o dia 23 de julho deste ano. Em 2019, a oposta retornou às quadras pelo Itambé Minas, participou de treinos e jogos com a Seleção Brasileira e o objetivo era ir para Tóquio. Mas, o adiamento da olimpíada e o fato de não ter disputado uma temporada cheia, numa liga com mais jogos, pode também ter mudado suas chances olímpicas.

– Não foi uma decisão fácil de tomar principalmente por causa da Olimpíada, porque eu sabia que seria um período muito curto. Quando eu decidi voltar, em 2019, eu foquei nas Olimpíadas. Eram a minha prioridade. Eu realmente coloquei isso como um foco muito grande. Aí veio a pandemia, mudaram os planos. Eu descartei as Olimpíadas? Não, não descartei. Mas não coloquei como foco principal. Se a preparação que eu fiz não for suficiente, não é uma coisa que vai me corroer, não vai me matar. Eu estou bem tranquila com essa decisão – disse a jogadora ao site.

Ela disse que só vai fazer questão de ir a Tóquio, se for para fazer a diferença dentro de quadra.

– Eu cheguei aqui muito em cima da hora, na semana fria, sem treinar. Então, com certeza não estou na minha melhor forma, tanto que eu machuquei a panturrilha logo na primeira semana. Eu acho, sim, que o Brasil tem chance de brigar por medalha. Então, eu só quero ir se eu souber que tenho chance de estar lá para contribuir dentro de quadra, não só fora. Fora eu sei que posso contribuir. Eu sei que mentalmente posso ajudar muito a seleção. Eu acho que em maturidade, estou muito acima da maioria. Nem é me achando, nem nada, pode perguntar para qualquer pessoa que vão falar isso. Mas se eu não souber que eu posso ajudar tecnicamente, fisicamente, eu não quero ir. E eu sei que o Zé (Roberto Guimarães, técnico da seleção) pensaria igual a mim – completou Sheilla.

Ela continua:

– As pessoas podem pensar: “Nossa, mas são as Olimpíadas, você não vai fazer nada para ir?”. Não é que eu não vou fazer nada para ir. A Olimpíada é fantástica, tanto que eu decidi topar de novo. Quando eu topei em 2019 tentar ir para a Olimpíada em 2020, treinar e tentar ir, eu tinha planos pra minha família ir, assistir, entendeu? Eram mil coisas que hoje não vão acontecer mais.

A bicampeã olímpica falou também sobre os primeiros dias nos Estados Unidos. Por conta da pandemia, os critérios de liberação do visto estavam lentos e ela teve a passagem adiada várias vezes. Chegou ao Texas muito perto do início da competição, sozinha, com as duas filhas – ela teve ajuda de uma prima nos Estados Unidos. Depois, pegou uma nevasca forte e teve de ficar em quarentena, trancada no quarto de hotel. No primeiro jogo, sentiu a panturrilha e jogou pouco.

Ela confessa que quase se arrepende, no início, mas hoje olha para trás e vê que valeu a pena.

– Foi uma experiência muito legal, gostei bastante. Foi muita loucura no começo, mas gostei bastante do sistema, de como é feito. É tudo novo. Apesar de não ser uma das organizadoras, eu também quero fazer a liga crescer. É um país que a gente sabe que gosta de esporte, que valoriza o esporte, que investe em esporte. Então, se conseguir fazer o vôlei ser tão grande quanto, num falar nem tão grande quanto o basquete e o futebol americano, mas se for metade do que eles são, já está ótimo. Mas é difícil falar (se vai continuar). Porque aqui são dois meses, né? Se eu jogar no Brasil, por exemplo, eu não conseguiria jogar aqui. O único lugar que eu conseguiria jogar para jogar aqui é China, que acaba em janeiro, daria para vir aqui logo depois, como a Jordan (Larson, jogadora americana e uma das organizadoras) fez. Mas, ir para China, com certeza, eu, mãe, com duas meninas, não é a minha vontade agora. Então, teria que ser isso, ficar de novo sem jogar o ano inteiro para vir para cá – disse Sheilla.