Superliga tenta achar um “ponto de equilíbrio” no calendário
Não existe e não existirá unanimidade. Começar o texto com o clichê no presente e no futuro me pareceu obrigatório para abordar uma tema impossível de agradar gregos e troianos: a tabela de jogos de uma competição nacional como a Superliga, depois das mudanças anunciadas nesta sexta-feira pela CBV para o segundo turno, com novos horários para início das partidas.
O primeiro ponto, para quem quiser discutir o todo e não apenas o gosto pessoal, é entender quais os lados envolvidos:
– Quem organiza o evento
– Quem transmite ao vivo
– Quem joga
– Quem assiste no ginásio ou em casa por lazer ou obrigação profissional
– Quem patrocina e sustenta o produto
Apenas com o grupo acima sentado numa mesma mesa, discutindo o tema, poderemos ter cinco, seis opiniões diferentes sobre início do jogo no horário Y ou no Z. Dito isso, saiba que existe ainda um calendário cada vez mais apertado para clubes e seleções do vôlei. E neste cenário se busca encontrar as decisões menos ruim entre as ruins disponíveis/possíveis.
Acabar com os jogos iniciando às 21h30 é uma vitória para quem vai ao ginásio para assistir aos jogos neste horário e precisa do transporte público para voltar pra casa. “Só quem já perdeu muito metrô por conta de 5min em jogo de 3×2 sabe como foi boa essa mudança iniciando 30min antes”, escreveu um vôleifã no antigo Twitter. “Mas essa mudança impacta quem quer chegar no jogo das 18h, que agora foi antecipado em meia hora”, escreveram outros. É outra verdade.
Neste nó difícil de ser desatado, o vôleifã ainda quer todos os jogos transmitidos pela TV. Mas espalhados para ver o maior número possível deles. E o prazo seguro entre uma transmissão e outra é 3h, uma vez que rallies, goteiras, apagões acontecem. A conta nunca vai fechar olhando o calendário disponível.
Talvez, numa próxima reunião com quase todos os lados envolvidos citados acima, uma nova discussão seja aberta. Seria viável a grade de quem exibe colocar 3 transmissões seguidas aos sábados e domingos, impactando menos os dias úteis para quem trabalha, pega trânsito? Apenas assim, ouvindo todos os lados e analisando prós e contras, esse ponto de equilíbrio vai ser encontrado.
O importante, na minha forma de analisar essa situação, é ver a disposição de tentar achar um meio termo na Superliga, com CBV, clubes e TV buscando essas alternativas.
Por Daniel Bortoletto