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Destaques - Seleção Brasileira - Tóquio-2020 - 3 de julho de 2020

Tandara: “Ouvi de jogadoras que se estivesse em 2016 poderia ter sido diferente”


Em live no Instagram do Angels Voley, nesta quinta-feira, a oposto Tandara, campeã olímpica nos Jogos de Londres-2012, falou sobre o corte de antes da Olimpíada do Rio, em 2016, quando vinha da gravidez da filha Maria Clara, hoje com 4 anos.

– Eu e a Brait saímos do auditório em Saquarema de mãos dadas – lembra-se a jogadora, referindo-se à outra cortada no mesmo dia, a líbero Camila Brait. As duas serão companheiras de time no Osasco Audax/São Cristóvão Saúde na próxima temporada.

Tandara falou também de que foi lembrada por companheiras e integrantes da comissão técnica da Seleção Brasileira após a eliminação do Brasil nas quartas de final para a China, de virada, nos Jogos do Rio, em 2016.

– O bacana é que ouvi de algumas jogadoras: “Se você estivesse lá poderia ter sido diferente”.

Veja abaixo outros trechos da live:

LONDRES-2012

Eu entrava e tudo que eu podia fazer eu fazia. Meu papel naquela Olimpíada era outro, era completar o time, era fazer a inversão e era passar a energia positiva do banco. O que dava para fazer do banco a gente fez. Ficou para mim a experiencia de aprendizado, crescimento e maturidade. Se eu estava ali é porque eu merecia.

RIO-2016

Acabou acontecendo de vir a Maria Clara. Realmente não foi planejada, foi um momento de baque… Terminei a Superliga (em 2015, pelo Dentil/Praia Clube) jogando e já fazendo a conta. Setembro, tenho outubro, dá para jogar a Superliga, terminou a Superliga, vou para a Seleção… Com uma semana dela nascida eu estava no Parque do Sabiá empurrando o carrinho. Eu me preparei. Cheguei na Seleção e sabia que estava acima do peso, que precisava treinar e que tinha de me dedicar mais. Eu fiquei tranquila, porque fiz tudo o que as minhas mãos poderiam alcançar. Eu me dediquei. Fiquei 42 dias longe da Maria Claria. Ela tinha 5 meses. Eu chorava, porque queria voltar para casa, mas também chorava porque queria jogar a Olimpíada.

CORTE EM 2016

No último corte, eu e a Brait (a líbero Camila Brait) saímos da mãos dadas do auditório de Saquarema). Chorei, mas paciência. Tive isso como aprendizado. Aceitei e aceitei que aquele momento não era para mim. Me apeguei numa força maior. Na próxima eu vou.

A ELIMINAÇÃO PARA A CHINA

O bacana é que eu ouvi de algumas jogadoras: “Se você estivesse lá poderia ter sido diferente, entrado tanto na ponta quanto na saída”, ouvi de algumas pessoas da comissão (técnica)… Mas passou, passou, ficou de aprendizado… O que ficou de realmente pra mim é que o que eu fiz lá trás não foi suficiente. Já fiz auto-analise. Faltou um pouquinho… Acho que estava no meio de muitas jogadoras experientes. Fui meio passiva.. Faltou talvez um gritão, ir mais pra cima, não sei… Eu quero estar lá (em Tóquio), quero fazer diferente.

TÓQUIO-2020

Vou ser o pilar, vou ter responsabilidade e vou carregar. Sei, venho trabalhando psicologicamente para isso, porque sei que vou receber muita critica, como venho recebendo. Isso é natural. Tenho que receber (as críticas) de uma forma que a gente cresça. Estou desde fevereiro sem tocar na bola. Mas sei que quando eu voltar vou ter de treinar duas vezes mais. Quando eu voltar, tenho de conversar com a Maria Clara, já estou conversando com ela para ela entender que vou ter de me dedicar. Agora, neste momento, estou fazendo o que dá. Não tenho ginásio, não tenho uma academia pra ir, mas estou fazendo o que dá para fazer.