Thaisa: “Falaram que eu tinha me tornado lenta, lerda”
Em entrevista para a CBV, Thaisa desabafa sobre críticas recebidas e fala sobre a ótima fase
Depois de 14 anos, a bicampeã olímpica Thaisa retornou ao Minas Tênis Clube e a decisão provou ser acertada. Na Superliga Banco do Brasil de vôlei 19/20, a central do Itambé/Minas lidera as estatísticas oficiais da Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) em três fundamentos: saque, bloqueio e ataque.
No saque já foram 29 aces. No bloqueio, mais 64 pontos. No ataque, o percentual de acerto de Thaisa é de 57% (confira aqui mais estatísticas da Superliga feminina).
Os números ratificam que a atacante tem sido um dos principais destaques ao longo da competição. Feliz em Belo Horizonte (MG), livre de lesões, motivada e em busca de grandes conquistas, Thaisa falou à CBV sobre o momento atual, admitiu muitas dificuldades após a cirurgia no joelho e também ter fraquejado após ler e ouvir críticas nas redes sociais durante a recuperação.
Você aparece na liderança do ranking da Superliga no saque, no bloqueio e no ataque e tem sido destaque em muitos jogos do Itambé/Minas. Como você avalia a sua temporada até o momento?
O ranking não significa tanto se o desempenho não for mantido ao longo de toda a temporada. Fico feliz de ajudar, mas sei que ainda preciso trabalhar bastante e tem muita coisa para ser melhorada no dia a dia.
O que você vê como principal fator para a sua boa fase na Superliga?
Acredito que a fiz uma excelente pré-temporada. Cuidei muito da parte física e da alimentação, malhei todos os dias, fiz crossfit e não perdi o foco ao longo de todas as minhas férias. Trabalhei duro nesse período que seriam minhas férias e, quando isso é feito com empenho e foco, os resultados aparecem na quadra.
Você retornou ao Minas Tênis Clube depois de 14 anos. Como foi a adaptação a vida em Belo Horizonte e qual o sentimento de voltar a defender um clube que foi importante na sua formação?
Foi super fácil me adaptar. BH é incrível, tranquilo, com pessoas acolhedoras e não tinha como não me adaptar bem. Estou muito feliz, me sinto querida e respeitada por todos no clube e no time, recebo carinho de todos os lados e não tem nada melhor do que isso, principalmente no seu trabalho. Lembro do meu começo aqui em BH, quando estava tudo começando, com sonhos e objetivos tão distantes naquela época. É muito bacana estar de volta e recordar tudo isso.
Você superou muitas lesões ao longo da carreira. A última lesão no seu joelho esquerdo foi muito séria e até mesmo sua volta ao voleibol foi colocada em xeque. Você voltou, disputou um Mundial pela Seleção e vive um dos seus melhores momentos na Superliga. Como foi administrar tudo isso mentalmente?
Foi extremamente difícil e desafiador. Tive muitos momentos de lágrimas, dúvidas, dores e dificuldades. Muitas vezes não sei de onde saiu tanta força. Foi realmente muito difícil e ainda é em alguns momentos. Nunca desisti, não dei ouvidos aos que disseram que eu não voltaria a jogar ou se voltasse não jogaria mais em alto nível. Certos comentários doíam, mas isso serviu de motivação. Falaram que eu tinha me tornado lenta, lerda, além de coisas piores. Confesso que chorei algumas vezes, mas coloquei na minha cabeça que voltaria e conseguiria por mim.
Quais os seus objetivos com o Itambé/Minas até o final da temporada?
Buscar o melhor sempre e evolução dia após dia. Quero a final e consequentemente o título. Acredito que todos nós buscamos isso.