Tijana Boskovic: o coração da seleção sérvia

Uma das maiores estrelas do voleibol mundial na atualidade, Tijana Boskovic é nome certo na ponta da língua dos conhecedores do esporte ao serem questionados sobre quem poderá fazer a diferença nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, que começam nesta sexta-feira (26/7).

Aos 27 anos, a oposta chegará ao torneio muito mais madura do que quando liderou o ranking de maiores pontuadoras dos Jogos de Tóquio, em 2021, com 192 acertos. Em meio aos desafios atuais do elenco comandado por Giovanni Guidetti, ela promete mobilizar as atenções.

A jogadora já esteve no pódio olímpico com a Sérvia duas vezes: na Rio-2016, com a medalha de prata, e em Tóquio, quando a equipe ficou com o bronze. É, sem dúvidas, uma das atletas mais respeitadas da modalidade. E decisiva. Na final do Mundial de 2022, comandou a vitória sobre o Brasil por 3 a 0 e se sagrou bicampeã da competição (também foi ao topo do pódio em 2018).

A Sérvia poupou a oposta da Liga das Nações (VNL) deste ano, assim como boa parte de suas principais jogadoras, o que deixou no ar certa dúvida sobre a real condição do elenco nestes Jogos Olímpicos. Em quadrangular amistoso preparatório para Paris, neste mês, Boskovic mostrou que segue imponente, mas seus 35 pontos não evitaram a quarta derrota de sua equipe para a República Dominicana desde o ano passado.

De todo modo, o histórico recente da jogadora liga o alerta. Se não bastassem as façanhas com a seleção, ela brilhou no último Mundial de Clubes e foi eleita a MVP da competição, quando ajudou o Eczacibasi bater o Vakifbank, alcançar o topo do pódio e encerrar um jejum de seis anos sem erguer a taça.

Durona só na quadra

Boskovic nasceu em Trebinje, na Bósnia, e cresceu em Belgrado, na Sérvia. As nações faziam parte da ex-Iugoslávia, desintegrada em 1991. A promissora carreira começou no ZOK Hercegovac, aos 13 anos, em 2010, mas a atleta optou por defender a Sérvia, onde rapidamente colecionou destaques de melhor jogadora e melhor atacante nas categorias de base.

Com 1,94m, Boskovic pode intimidar em quadra, mas na vida pessoal é conhecida pelo jeito doce, sereno e por vezes romântico. Prova disso são as diversas fotos tiradas em momentos de comemoração, seja no final de partidas, passeios ou restaurantes, ao lado do namorado Djordje Orestijevic. Com presença frequente nas arquibancadas, ele se diz o fã número 1 de Tijana. 

Técnicos, companheiras de time e adversárias descrevem Boskovic como fora da curva e uma das grandes responsáveis por posicionar a Sérvia no patamar dos gigantes do vôlei mundial. 

Conhecida pela humildade, a atacante mostrou satisfação com o trabalho ao lado de Guidetti.

– Conheço Guidetti há muitos anos e os resultados falam por ele. Quem trabalhou com ele em outros clubes só teve coisas boas a dizer. É um grande treinador, que ganhou tudo o que poderia e isso diz tudo sobre a sua qualidade. Sua presença será muito positiva para nós – disse Tijana.

Amor pelo vôlei na família Boskovic

A estrela das quadras não é a única da família com paixão pelo esporte. A irmã Dajana Boskovic, de 29 anos, foi a primeira a ingressar no mundo do voleibol, admirada pela caçula.

Canhotas, as duas passaram alguns anos treinando juntas no ZOK Hercegovac. Mas enquanto Dajana investiu no voleibol universitário, Tijana permaneceu no Vizura.

Em meados de 2012, a estrela sérvia recebeu um convite da federação do país para se naturalizar e integrar a seleção sub-18 no Campeonato Europeu. A partir de 2013, a atleta chamou muita atenção, tanto na liga sérvia quanto na seleção. Foi convocada para a seleção principal e em 2014 já jogava o Mundial. Em 2016, já conquistava o vice-campeonato olímpico como titular da Sérvia.

Tijana e Dajana, inclusive, já estiveram em lados opostos da quadra. No Campeonato Europeu de 2021, a Sérvia levou a melhor sobre a Bósnia, por 3 a 0, no duelo em família. A caçula anotou 12 pontos, contra 10 de Dajana.