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Estaduais - 4 de setembro de 2020

Trabalho cognitivo ganha espaço no Vôlei Renata


O Vôlei Renata intensificou na pré-temporada para 2020/2021 atividades cognitivas para os atletas. Eles recebem estímulos visuais que testam tempo de reação, qualidade da reação, impulsividade e visão periférica, entre outros fatores. Dependendo da cor da luz acesa, o atleta executa a movimentação conforme sua posição ou algum fundamento pré-determinado. O treinamento aconteceu em fases diferentes da pré-temporada, durante os treinos físicos e com bola.

– O vôlei é um esporte dinâmico, que exige concentração, foco e atenção o tempo todo. Então é um tipo de treino acrescenta, porque nos ajuda muito nesse início de temporada. Ainda estamos nos readaptando, voltando a ter contato com bola, retomando treinamentos específicos, depois de um longo período. A longo prazo, acredito que dá uma diferença na performance – comenta o ponteiro Temponi, que retornou ao Vôlei Renata nesta temporada.

Temponi defendeu o time campineiro também na temporada 2018/2019. Na oportunidade, se recuperando de lesão muscular, o ponteiro sentiu os benefícios do treinamento.

– Foi uma experiência enriquecedora. Não podia treinar basicamente nada que exigia movimentação, então a comissão técnica, com ajuda desse treinamento, elaborou um trabalho que me ajudou a não sentir os efeitos dessa parada. Tanto é que quando eu voltei a treinar, senti pouca falta de ritmo e diferença no tempo de bola, velocidade de reação, coisas nesse sentido. Acredito que é uma interação interessante e muito válida para nosso dia a dia -relembra o ponteiro.

Coordenador técnico do Vôlei Renata, o campeão olímpico André Heller é um dos defensores do trabalho cognitivo.

– Nesta fase de construção do time, sobretudo quando as bases estão sendo formadas, é importante que a gente trabalhe em função de todos os domínios. Não podemos pensar que o processo de desenvolvimento do atleta só tenha treinamento físico, motor, técnico e tático. Esse progresso vai muito além. Nós temos recursos para isso. Temos que pensar em desenvolver os atletas e, consequentemente, o time também no que diz respeito à parte mental e ao domínio cognitivo – explica.

Heller, ao lado da coach Larissa Zink, elabora e comanda os treinos cognitivos. Eles estão participando ativamente, junto do restante da comissão técnica, do processo de desenvolvimento do Vôlei Renata na pré-temporada. O trabalho busca ajudar os atletas a absorverem os treinamentos com qualidade e até a diminuir os efeitos da falta de ritmo causado pela paralisação das atividades por conta da epidemia do coronavírus.

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Heller ajuda atletas no trabalho cognitivo (Pedro Teixeira/Vôlei Renata)

– O cérebro responde à estímulos, – quando oferecemos estímulos ao nosso sistema nervoso, ele reage ativando ou criando conexões ou otimizando as sinapses. Assim, o cérebro não estimulado perde essa ‘agilidade’ neural. Os atletas ficaram quase quase quatro meses sem estímulos por conta da pandemia. Isso, com certeza, gerou um impacto nas sinapses e nas conexões neurais. Com esses exercícios específicos, conseguimos fazer o cérebro dos atletas voltarem à forma mais rápido. Com a carga de treino alta neste início de temporada há uma fadiga física e também cognitiva. Os conhecimentos da neurociência a respeito do funcionamento do cérebro permitem intervenções simples para que o atleta se recupere melhor entre um dia e outro de treinamento – completa Larissa.

O uso deste tipo de tecnologia é recorrente treinamentos de todas categorias do Vôlei Renata. A coach Larissa Zink aplica diversas ferramentas para preparar os atletas, entre elas realidade virtual e óculos especiais para treinos de visão periférica. Ele está no projeto há oito temporadas e busca novos recursos para otimizar e melhorar a qualidade do trabalho.

– Hoje eu vejo que o Vôlei Renata é pioneiro em diversos aspectos cognitivos e comportamentais: temos mais do que 5 aparelhos distintos importados dos EUA e Europa para alavancar a performance dos atletas. Temos também, através da minha certificação, acesso à um instrumento de personalidade que das 500 maiores empresas do mundo, 463 estão utilizando. Além disso, temos inúmeros outros recursos para tirar o máximo dos atletas – encerra a coach.