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Coluna - Destaques - Fora de Quadra - 29 de julho de 2020

Unir concorrentes mostra o tamanho de Rodrigo Rodrigues


A despedida precoce de Rodrigo Rodrigues, 45 anos, fez a terça-feira ser triste, dolorida, inquietante e ao mesmo tempo histórica.

A tristeza de um milhão de amigos, órfãos pelo repentino adeus ao músico e apresentador de TV. Me incluo na lista de amigos sem nunca ter trocado uma palavra com Rodrigo. Gostava de sua forma única de comandar um programa, de entreter quem estava do outro lado da telinha e deixar à vontade quem estava ao seu lado nos estúdios. Um talento raro.

Ouvia de amigos em comum que a mesma leveza profissional era a forma escolhida por RR para viver, tanto no mundo esportivo quanto no musical. Sempre sorridente, solícito, pronto a ajudar. Desprendido de bens, valores e empregos dos sonhos. Pronto para estender  a mão a quem precisava, a qualquer momento. A empatia em pessoa, algo tão em falta no mundo atual.

“Vontade de ser amigo dele”. Foi uma das frases do texto de despedida da ESPN para RR. Logo me senti representada por ela. Durante o dia, ouvi e li dezenas de declarações de companheira(o)s de trabalho dele. Uma história melhor do que a outra. Passagens emocionantes, engraçadas, sinceras, mostrando sem disfarces o seu eu mais puro… Me senti mais amigo dele do que nunca.

À noite, o tamanho de RR se materializou definitivamente. SporTV e ESPN uniram a programação durante alguns minutos para uma homenagem histórica. Concorrentes juntos em uma mesma transmissão. Nunca antes havia presenciado tal situação.

Fiquei tentando imaginar, no meu sofá, com lágrimas nos olhos, como ele reagiu ao ver aquilo acontecer. Deveria estar com um violão, tocando alguns acordes, fazendo alguém sorrir. “Não mereço”, deve ter dito. Merece sim, RR!

Por Daniel Bortoletto