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Coluna - Seleção Brasileira - 22 de setembro de 2023

Valeu, Wal! Seu legado será eterno!

Texto de Daniel Bortoletto sobre a eterna campeã Walewska


Oi, Wal! Não estou aqui para perguntar nada para você hoje. Mas queria que soubesse de algumas coisas, tá?

Em 2008, naquela campanha quase perfeita da Seleção feminina de vôlei em Pequim, o Zé Roberto, como todo técnico, era obrigado pelo regulamento olímpico a fazer uma entrevista coletiva depois de cada jogo. Antes da primeira delas, ele sugeriu o seguinte para a imprensa brasileira: “Vocês não perguntam nada na coletiva, pois é muito demorado por conta da tradução para o inglês e para o mandarim. E eu fico o tempo que for preciso atendendo vocês ao fim do protocolo”.

Pedido atendido. Dia sim, dia não, lá estava o técnico, no Ginásio Capital, cercado por jornalistas, ávidos para entender os segredos de uma campanha impecável do início ao fim. A cada jogo, a cada vitória, o fantasma de Atenas era exorcizado pouco a pouco. E você, Wal, que esteve lá na Grécia, sabe bem como foi difícil superar aquilo tudo.

E me lembro, como se fosse hoje, do Zé exaltando você, uma remanescente daquele fatídico e cruel 24-19 na semifinal, para a sequência do processo de reconstrução entre 2005 e 2008. Como sua sabedoria foi importante para fazer uma nova geração atravessar o caos para chegar ao olimpo. Como você pegou nas mãos de várias companheiras mais novas para auxiliar na longa caminhada. Como sua conhecida tranquilidade foi transmitida para as demais jogadoras dentro e fora de quadra nos momentos mais tensos. Você era um esteio naquele grupo, sabia?

Hoje, Thaisa e Fabiana, suas companheiras de ouro olímpico, voltaram a admitir que você foi um espelho para elas. Na posição e na vida. O Zé a chamou de filha. Que honra, hein, Wal!

Tudo isso trouxe memórias daquela cobertura de 2008 à minha mente. Você nunca precisou ser a protagonista. Você nunca precisou ser o foco principal das atenções. Mas você é e sempre será uma daquelas raras unanimidades no meio do vôlei. Sua doçura no trato com todos e todas, seu profissionalismo e seu talento marcaram. E não serão esquecidos, Wal! Você, com 43 anos neste plano, fez muito e marcou corações para sempre. Valeu, campeã!

Por Daniel Bortoletto