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Coluna - Destaques - 13 de novembro de 2021

Virada para fazer o Itambé/Minas embalar?

Coluna de Daniel Bortoletto sobre um indício de que o Minas pode evoluir muito na temporada


Divisor de águas. Assim a virada sobre o Sesc RJ Flamengo, nesta sexta-feira, pela quarta rodada da Superliga feminina, pode ser encarada pelo Itambé/Minas para os próximos compromissos da temporada.

Depois de um início de trabalho prejudicado por casos de coronavírus, com impacto na preparação física e no entrosamento do elenco, o Minas viu os títulos perdidos para o arquirrival Dentil/Praia Clube aumentarem a desconfiança. O torcedor mais imediatista e pessimista chegou a declarar que ano, recém-iniciado, estava perdido. Mas o time mineiro mostrou, nos três últimos sets, que existe luz no fim do túnel.

O que vi, na construção da virada no Tijuca, foi um espírito de luta ausente nas finais perdidas para o Praia e também nas duas parciais iniciais contra o Sesc. Até então eram erros bobos, bolas caindo com facilidade, coberturas problemáticas e até uma certa apatia. E isso se transformou em “sangue nos olhos” para ajudar a compensar erros técnicos ainda claros. Esse Minas mais “sanguíneo” foi visto, principalmente, em Thaisa e Carol Gattaz. E, aos poucos, ele foi contagiando o restante da equipe. Um jogo de quarta rodada virou final de campeonato.

A irregularidade no passe ainda cobra um preço alto. Visto o 21 a 14, no segundo set, que se transformou em 22 a 25. Um apagão que, por pouco, não fez o Minas deixar o Rio com uma derrota por 3 a 0. Esse é um problema técnico que precisa ser corrigido com certa urgência.

A virada começou com quatro pontos de bloqueio seguidos no final do terceiro set. A partir daí, o jogo do Minas fluiu um pouco melhor. E, um nome em especial, a partir dali, deu mostras do motivo de ter sido contratada: Neriman Ozsoy.

A turca passou a ser a bola de segurança nas extremidades, algo que Cuttino e Kisy ainda não conseguiram fazer na temporada. Terminou a partida com 43 bolas recebidas, mais do que qualquer outra jogadora do Minas (Pri Daroit atacou 30, Thaisa, 24, Kisy, 22). Foram 22 pontos no total e um troféu herdado de Thaísa, que o recebeu oficialmente e repassou a companheira, ciente dos problemas que ela teve nas primeiras semanas em BH.

Para ser um Minas melhor, é preciso ter extremidades mais confiáveis para pontuar no ataque. É obrigatório ter esse pilar mais sólido para auxiliar na já conhecida química de Thaísa/Gattaz com Macris pelo meio. Juntando isso com o espírito de luta dos sets finais, o time de Nicola Negro poderá entregar o que se esperava dele, já no Mundial de Clubes em dezembro.

Por Daniel Bortoletto