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Colunista convidado - Copa Brasil - Destaques - 1 de fevereiro de 2022

Virna: Sesi Bauru foi um gigante na Copa Brasil

Uma análise de Virna sobre a inédita conquista do time paulista


Em mais um texto exclusivo para o Web Vôlei, a medalhista olímpica Virna analisa a conquista do Sesi Bauru na Copa Brasil.  Confira o texto na íntegra:

E temos um novo campeão da Copa Brasil! Com autoridade, o Sesi Bauru venceu o então campeão Minas por 3 a 0, com uma atuação gigantesca.

Confesso: não imaginei que o time chegasse à final. Não porque a equipe é ruim. Pelo contrário. Dani Lins, Mayany, Nyeme, Drussyla, Nia Reed são nomes de peso. E ainda vem contando com Suelle, em ótima forma e Mayhara talvez numa das melhores apresentações da carreira.

Mas, como o Sesi tinha o Praia pela frente na semifinal, a tendência era o time parar ali, mais uma vez. Ok, tudo bem, o Praia teve desfalques importantíssimos, como Carol e Kasiely. Mas, ali na semifinal, eu já vi um Bauru diferente, organizado taticamente, com todo mundo sabendo o que tinha de fazer em cada rede, cada situação de jogo.

Rubinho é cria do Bernardo. Comandou os treinos e marcações de bloqueio da Seleção durante anos. O bloqueio tem ligação direta com o saque. Um saque agressivo facilita a vida do seu bloqueio. E foi o que vimos ontem. Um Minas sem passe e, consequentemente sem as suas maiores armas: a velocidade da Macris e o ataque rápido com as centrais.

Foram 12 pontos de bloqueio do Sesi, contra apenas 4 do Minas. Dani muito precisa e inteligente. Variou muito a distribuição. Nas temporadas anteriores, o jogo ficava muito concentrado na Polina. E isso, de certa forma, facilitava a marcação dos rivais.

Mas onde estava esse Bauru que não tinha aparecido antes? Estava sem confiança. Este ano, pela primeira vez, o time tem boas centrais que bloqueiam bem, um fundo de quadra equilibrado, com três passadoras de origem e uma oposta raiz, Nia Reed, que sabe que está ali para resolver.

O Minas já vem mostrando os problemas de ontem há tempos. Não os mostrou na semifinal, porque Osasco não agrediu. Mas, o passe inconstante e o fato de não conseguir contar com uma oposta que resolva problemas – Cuttino ainda não se encontrou nessa temporada – já custou quatro vice-campeonatos para o time mineiro.

Parabéns ao Sesi Bauru. Título que pode mudar a dinâmica da Superliga. Minas, Praia e Osasco passam a ter, de vez, mais um rival na briga pelo caneco.

Por Virna Dias, especial para o Web Vôlei