Vôlei brasileiro adere aos protestos contra o racismo e engrossa o “BlackOutTuesday”

– Eu não sei para você que está lendo esse texto agora, mas para mim tá difícil acompanhar as notícias diárias. Não bastasse o número cada vez maior de brasileiros morrendo de Covid-19, a falta de planejamento para evitar que o nosso povo sofra ainda mais, gente protestando com bandeiras de movimentos de supremacistas brancos, bradando patriotismo, mas carregando a bandeira de outros países, nosso presidente “inocentemente” e “sem intenção” repetindo gestos e símbolos neonazistas, mais uma vez somos metralhados com a realidade sangrenta do racismo estrutural do Brasil e do mundo. João Pedro, antes dele Ághata, antes dela o músico Evaldo Rosa, antes dele Amarildo e tantos outros antes, junto e depois. Foi extremamente revoltante, saber da forma como João Pedro foi assassinado e imaginar o que os pais dele sentiram nas horas agonizantes sem saber do paradeiro do filho. Foi completamente perturbador assistir ao vídeo da morte de George Floyd, ainda não acho palavras para descrever o que senti. “O racismo não está ficando pior, está sendo filmado”. (Will Smith). Concordo com as palavras dele. Nós negros descobrimos desde muito cedo que o racismo é real e algo a ser vencido diariamente. A história do nosso país foi escrita por mais de 300 anos de escravidão e lembre-se que por muitos anos ouvimos apenas um lado da história. O sistema não vai se reformar sozinho, só com muita luta e muita união poderemos mudar essa estrutura assassina e esse ódio direcionado aos corpos negros. Essa luta não é só nossa, essa é a luta de todos que levam dentro de si um mínimo de humanidade. Vidas negras importam! – postou a ponteira Fernanda Garay, do Dentil Praia Clube, campeã olímpica em Londres-2012.