Vôlei no Brasil ainda trata muito mal o seu consumidor
Infelizmente o vôlei brasileiro ainda está muito longe de oferecer um tratamento digno ao seu consumidor, aqui carinhosamente chamado de vôleifã. Exemplos recentes se acumulam para a comprovação desta triste constatação.
A nossa principal competição de clubes começa em outubro. Estamos nos últimos dias de setembro e a tabela da Superliga feminina e masculina ainda é desconhecida do público.
Se o Estatuto do Torcedor fosse seguido à risca, o vôleifã teria conhecido o calendário do seu time do coração 60 dias antes da primeira rodada. Com mais tempo, o torcedor/consumidor já poderia minimamente se programar para tentar ver um jogo in loco, estar perto de um ídolo, consumir produtos do clube do coração…
Quando uma tabela sai (atrasada ou não), o vôleifã volta a ser sentir “invisível”. Vejamos o Campeonato Paulista, entrando em sua fase final da edição de 2024. A abertura das semifinais femininas acontece simultaneamente com a última rodada do torneio masculino. Mesmo dia, quase os mesmos horários. Em resumo, um praticamente sabota o outro.
Neste caso, um agravante. A emissora oficial do Estadual, o Sportv, precisa abrir mão de exibir algum jogo na TV por conta da sobreposição. Perdem os clubes, os patrocinadores e, como sempre, o consumidor do vôlei. Algum dirigente quer me convencer que isso é um bom planejamento para o seu produto?
No jargão dos especialistas em marketing, o verbo fidelizar sempre aparece em apresentações pomposas. E o mercado valoriza o fã leal. Mas é bem difícil acreditar em fidelização quando o tratamento ao seu consumidor final deixa tanto a desejar.
Por Daniel Bortoletto