Zé Roberto admite possíveis baixas em Tóquio: “Duas querem ser mães”
Zé Roberto não cita nomes, mas ele provavelmente se referiu à Fabiana e à Fê Garay
Em live promovida pelo COB (Comitê Olímpico do Brasil), na última quarta-feira (24.06), o técnico da Seleção Brasileira Feminina, José Roberto Guimarães, admitiu preocupação com duas possíveis baixas para a Olimpíada de Tóquio-2020, prevista para acontecer em julho do ano que vem: “Duas jogadoras querem ser mães”, disse o treinador.
Zé Roberto não citou nomes, mas provavelmente ele se referiu à central Fabiana, que na última temporada atuou no vôlei japonês, e à ponteira Fê Garay, do Dentil/Praia Clube. As duas disputaram as duas últimas olimpíadas. Fabiana é bicampeã olímpica (Pequim-2008 e Londres-2012). Fê Garay foi ouro em Londres.
– Esse fato de ter atrasado em um ano os Jogos Olímpicos, no feminino, a gente teve alguns problemas. E o maior problema é que duas jogadoras do meu time, que eu estava esperando contar, tinham se programado para se tornarem mamães. E aí é uma coisa muito série, porque quando a gente fala “ah, é um ano”, “espera um aninho”, mas a realidade não é assim porque é um ciclo de quatro anos. Ela já se programou com alguns anos de antecedência, com o marido, com a família, e é mais um ano. Então, eu não sei se a gente vai ter algumas baixas. Estamos conversando, estamos analisando com essas jogadoras. Elas estão ponderando para ver o que vai acontecer nas vidas delas, mas não é uma decisão muito fácil. Até porque no feminino quando as jogadores chegam na faixa etária de 30, 32 anos elas pensam em constituir uma família. É diferente do masculino. É um risco que a gente corre – disse Zé Roberto, único brasileiro tricampeão olímpico na história. Além dos dois ouros com a Seleção Feminina, ele subiu ao lugar mais alto do pódio com a Seleção Masculina em Barcelona-1992.
Zé Roberto falou ainda da dificuldade de se buscar o terceiro ouro olímpico ano que vem diante do crescimento de seleções como China, Sérvia e EUA, mas ainda assim acredita que o Brasil pode brigar por medalha.
– Acho que temos um bom time. Temos condições de brigar com qualquer time do mundo. Nós não somos o melhor time. Eu vejo a China na nossa frente, eu vejo a Sérvia na nossa frente, os EUA na nossa frente. Esses três times. Mas a gente briga com Itália e também com esses três – comentou.
– Acredito muito na preparação. Olimpíada é um momento mágico. Acredito em tudo que você construiu no ciclo olímpico, no foco e na história que elas construíram e elas sabem o que elas precisam correr e na responsabilidade que elas têm como jogadoras. É uma responsabilidade muito grande vestir a camisa da seleção. Mas que a gente vai brigar, agente vai brigar, pode ficar tranquilo – completou o treinador.
Participara da live, cujo assunto foi o “Novo Planejamento Técnico para Tóquio 2020”, o vice-presidente do COB, Marco Antônio La Porta, o gestor de alto rendimento da Confederação Brasileira de Judô, Ney Wilson, o diretor técnico da Confederação Brasileira de Triatlo, Sérgio Santos, e o técnico da maratonista aquática Ana Marcela Cunha, Fernando Possenti.