Zé Roberto e Gabi na Turquia
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Destaques - Fora de Quadra - Seleção Brasileira - 17 de janeiro de 2025

Zé Roberto elege Gabi como “Maria Esther Bueno do vôlei”

Em podcast, tricampeão olímpico foi questionado por Fernando Meligeni sobre "quem seriam" algumas estrelas do tênis no vôlei mundial


Fã assumido de tênis, o técnico José Roberto Guimarães participou do podcast “O Quinto Set”, dedicado ao esporte e apresentado por Fernando Nardini e Fernando Meligeni. Ao ser questionado sobre quem seria a Maria Esther Bueno, lenda do tênis, no voleibol nacional, Zé não teve dúvidas ao citar a maior estrela do vôlei brasileiro na atualidade.

– Eu fico na Gabi. A Maria Esther Bueno foi uma jogadora tecnicamente muito boa para o período em que jogou, além de ter uma raça incrível, uma vontade de fazer. Foi o nosso maior expoente para o tênis marcou época e marca até hoje – comentou o treinador da Seleção Brasileira, lembrando que a capitã da Seleção Brasileira praticou o tênis antes de se dedicar ao vôlei.

Na brincadeira proposta por Meligeni, Zé associou Aryna Sabalenka com Sheilla, Iga Świątek com Fernanda Garay, Elena Rybakina com Thaísa, e Bia Haddad com Natália.

Zé Roberto também falou sobre sua atual relação com a Seleção. O comandante explicou por que optou por seguir no comando, de olho nos Jogos Olímpicos de Los Angeles 2028. Antes, no entanto, ele tentará alcançar dois sonhos em 2025:

– (Acredito que vencer) O Campeonato Mundial deste ano, que acho benéfico ser agora a cada dois anos. Nunca ganhamos, assim como a VNL. São os dois principais campeonatos que teremos esse ano – afirmou o tricampeão olímpico, lembrando de como tomou a decisão de seguir no cargo por mais um ciclo olímpico.

– O problema todo é o resultado. Eu não sabia o que ia acontecer. A geração é legal, as meninas são altas e talentosas, também. Acabaram as Olimpíadas e eu me despedi delas, mas eu recebi tantos comentários para seguir, inclusive do Radamés Lattari (presidente da CBV), que pensei: “Quer saber? Vai ser legal!”, até porque tinha mais um ano de contrato na Turquia – acrescentou.

Mais respostas de Zé Roberto

O que te move?

Gostaria de ser tetra (campeão olímpico), mas o que realmente me motiva é representar 220 milhões de pessoas. Quando eu era garoto, nunca fui um jogador talentoso, sempre precisei treinar mais do que os outros. O que me fez seguir em frente foi perceber que eu precisava sofrer mais e continuar treinando quando os jogadores talentosos paravam. Fui cortado várias vezes, mas isso nunca me desanimou. Pelo contrário, me motivava ainda mais. Eu pensava: “Estou no mundo do vôlei e vou sair daqui, onde sempre quis estar, enfrentando grandes adversários!” Não quero morrer de novo, e me refiro a isso como quando você morre como jogador e depois como técnico. É perigoso cair nesse ciclo, onde você perde sua motivação e identidade.

O que faz um treinador ser de ponta?

É o todo: uma mistura de paixão e o gosto por ensinar. O fato de você ensinar, observar o movimento, explicar por que vai fazer de um jeito ou de outro, como você cobra, como idealiza seu time e como se comunica com as atletas. Tudo isso envolve o sentimento que você tem pelo jogo e as dificuldades que traz da vida.

Eu venho de uma escola de Bebeto de Freitas, que foi um cara tecnicamente muito bom, e tive a oportunidade de trabalhar com ele por dois anos. Aprendi qual era o raciocínio tático dele e tentei seguir a filosofia dele, mas também com o que vejo do vôlei de hoje. Tem que ser uma mescla de tudo, mas é igualmente importante a forma como você passa isso.

A mecânica tem que ser perfeita, a alavanca tem que ser perfeita. Não podemos ignorar o erro e deixar para lá. Por exemplo, o saque de Vargas, que chega a 110, 112 km/h, é muito forte no vôlei feminino. No masculino, o saque mais forte chega a 132 km/h, e ela tem uma alavanca excepcional.

É preciso analisar cada detalhe do movimento: o momento da saída do salto, como ela bate, onde ela bate. Nos detalhes estão as diferenças. Um cotovelo um pouco mais aberto, variações nas alavancas de cada pessoa… precisamos usar o melhor de cada atleta para alcançar a perfeição do movimento.

Convivência há anos com mulheres

Tenho convivido tanto com mulheres que, de certa forma, sou o único técnico do mundo que vai ao ginecologista. Mas isso é verdade, pois as mulheres são hormônios em ebulição. Por exemplo, perguntei sobre a TPM para entender melhor como devo agir com elas. E isso é fundamental para melhorar a performance, pois leva a um melhor entendimento do comportamento e das necessidades das atletas. Tudo convergiu para eu melhorar, incluindo muitas conversas com elas sobre erros e acertos. Existem coisas das quais não podemos abrir mão, e a disciplina é uma delas.