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Coluna - Superliga - 9 de abril de 2023

Superliga: um momento de reflexão

Opinião de Daniel Bortoletto sobre acontecimentos dos últimos dias


Convido você – fã, treinador(a), dirigente, árbitro(a), atleta – a ler este texto e fazer uma reflexão sobre o vôlei nacional. No caso do vôleifã, tire a camisa do seu time do coração neste momento decisivo da Superliga. Nas demais áreas, evite o corporativismo para assumir as próprias falhas e pense no todo. E, ao encerrar a leitura, me diga se está satisfeito(a) com produto entregue.

Estamos nos playoffs, o ápice da temporada de clubes, e deveríamos estar exaltando feitos e performances individuais e coletivas, certo? Mas o espaço para a “mídia positiva” é dividido com uma infinidade de poréns. Vamos a alguns deles:

– Uma hora de paralisação no jogo de quartas de final entre Vôlei Renata e Farma Conde/São José, por falhas no sistema elétrico do Ginásio do Taquaral. Com pouca ou nenhuma informação (da organização do jogo ou da CBV) sobre o real motivo do problema durante a transmissão, o que se viu foi um show de teorias da conspiração dentro e fora de quadra.

– Interromper os sets de um clássico para espalhar pó de magnésio na quadra para as atletas não escorregarem. Aconteceu nas quartas de final entre Fluminense x Sesc RJ Flamengo, no sábado, como já havia acontecido em outras temporadas no mesmo local, o Ginásio da Hebraica, no Rio. Um feito recorrente por conta de uma cidade litorânea, em um local com muita umidade, principalmente em dias chuvosos. E não vou abordar o tema goteiras, algo já recorrente com atrasos e adiamentos de jogos na história da Superliga.

– Nos playoffs, finalmente todos os jogos usam o desafio eletrônico para auxílio da arbitragem (aleluia). Em vários deles, porém, o sistema deu algum problema e consultas não puderam ser feitas por falhas. E nem vou citar o tempo exagerado gasto para chegar a algumas decisões.

– Barueri e Dentil/Praia Clube jogaram na quinta-feira (6/4). Até agora não estão disponíveis as estatísticas oficiais do jogo. Um jornalista italiano me questionou sobre o motivo. Eu não soube responder. Nas redes sociais, Maiara Basso, maior pontuadora da Superliga, perguntou à CBV quando as estatísticas dela serão atualizadas.

– O que dizer ainda dos 64 pontos “desaparecidos” de Roni, do Sesc RJ Flamengo, das estatísticas da Superliga 22/23? Ninguém sabe, ninguém viu.

– Mesmo com poucas partidas por dia na reta final da temporada, seguimos deixando de ver início de um jogo pois o anterior não acabou, seja por lamentáveis motivos extraquadra ou pelo equilíbrio em si do confronto (o que, neste caso, é ótimo). A TV, responsável por bater o martelo dos horários, deveria estar escaldada ao montar a tabela com rodada dupla.

– A última semana também foi marcada por novos questionamentos da árbitra Débora Santos sobre não quer escalada em jogos da atual temporada. O motivo? Ninguém na Comissão de Arbitragem da CBV explica a barração.

Devo ter esquecido de outros pontos, mas não importa. O ecossistema do vôlei nacional precisa assumir responsabilidades, parar de pensar em benefício próprio da respectiva área e admitir erros. Só assim haverá evolução. E todos ganharão com isso!

Por Daniel Bortoletto