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Estaduais - Superliga - Vaivém - 21 de julho de 2023

Jaque: “Estou leve e disposta a qualquer coisa. A ‘véia’ tá on”


A “despedida” da bicampeã olímpica Jaqueline, 39 anos, não poderia mesmo ser do jeito que se desenhava ser. Ela machucou o tornozelo com a camisa do Osasco pela Superliga, no dia 26 de março de 2021 e, logo depois, a competição foi encerrada por conta da pandemia, sem que fosse disputada a fase final. Desde então sem jogar, Jaque nunca falou em aposentadoria e a expectativa dos fãs do vôlei era grande pelo seu retorno. A espera acabou ontem, com o anúncio de que a bicampeã olímpica vai voltar para as quadras com a camisa do time recém-formado Campinas Vôlei.

Nesta sexta-feira, durante a sua apresentação oficial, na Arena Concórdia, em Campinas (SP), Jaque esbanjou alegria, bom humor, muitas risadas e falou dos bastidores do seu retorno, as expectativas de cumprir o contrato – de dois anos -, os desafios para fortalecer os músculos e a articulações antes de voltar a ter condição de ser escalada, sobre seleção e avisou: “A véia tá on”.

Confira abaixo os principais trechos da entrevista:

Motivação

O que me fez voltar ao voleibol depois de 2021 foi a vontade. Hoje me sinto uma menina, de verdade. Precisei desse momento na minha vida, de dar uma renovada, de estar com a minha família, de ter mais proximidade com eles, de ver o meu filho crescer. Mas, a minha vontade sempre foi grande de voltar. Via nas redes sociais as pessoas pedindo, perguntando quando eu iria voltar e isso me motivava demais. Sempre me cuidei muito na alimentação. Eu tinha falado com o Murilo que se esse ano não jogasse, chega. Eu iria parar. Quando veio o convite, não pensei duas vezes. Estou muito motivada.

A ‘véia’ tá on

Quando eu entro em algo, é para dar o meu máximo. Quero mostrar para as meninas aqui que a véia tá on. A gente pode jogar a Superliga C, B e A no alto nível.

Negociação

Foi tudo muito rápido, como tem de ser. Marquinho (Marcos Senatore, supervisor do Campinas Vôlei) entrou em contato comigo há mais ou menos uma semana e anteontem batemos o martelo. Casamento tem de ser coisa rápida, não dá para pensar muito.

Redes Sociais

As redes sociais foram uma válvula de escape para mim no período em que eu fiquei parada. Quem me conhece sabe que eu sempre fui brincalhona, mas para poucas pessoas. Nunca fui de me abrir assim como nos últimos dois anos. Recebi muito carinho das pessoas e de mulheres que são casadas com alguém que nem o Simpaticão (apelido do marido Murilo nas brincadeiras nas redes sociais) e como é ser casado com alguém com uma personalidade diferente como eu e o Murilo.

Família

O Arthur (filho, de 9 anos) pedia para eu voltar, ele pediu há uns 10 dias, foi a maior coincidência, agora ele vai poder curtir mais me ver jogar. Meu coração estava pronto para voltar. Vamos, porque algo muito grande vai acontecer daqui pra frente. Estou muito tranquila, leve e disposta a qualquer coisa.

Parte física

Eu tenho um cara que tenho extrema confiança. o Urso (Alexandre Urso, fisioterapeuta). Ele me conhece da ponta do cabelo ao dedão do pé, sabe das minhas dificuldades e que eu tenho muito a ganhar fisicamente para poder jogar. Estou bem estruturada, com pessoas que me conhecem, que vão se entender até falar “a Jaque está pronta”. Não dá para ser de uma hora pra outra, porque eu tenho um histórico de três cirurgias no joelho. Se eu machuco de cara, não jogo nunca mais. Vamos respeitar meu tempo, meu momento, mas estou tranquila com esse time para voltar a jogar.

Seleção

Por que não? (risos). A gente não pode descartar nada nas nossas vidas. Todo mundo me perguntava “Jaque, quando você vai se aposentar”, e eu não podia falar sobre isso, porque eu não tinha certeza dentro de mim que eu estava aposentada. Se a gente der show né, espero ser convocada. A gente tem de ser positiva na nossa mente, no nosso corpo. É isso que leva a gente para um patamar maior. Nunca é tarde para pensar que a gente pode realizar sonhos e voltar para a seleção.