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Coluna - Mundial de Clubes - 24 de novembro de 2019

Coluna: O que esperar do Mundial feminino de clubes?


Torcedore(a)s de Itambé/Minas e Dentil/Praia Clube, de 0 a 10, como está hoje o seu nível de confiança para o Campeonato Mundial feminino de clubes?

Não tenho bola de cristal, mas arrisco a dizer que a maioria está pessimista.

E dou razão para este grupo. E explico abaixo os meus motivos.

O Mundial de 2019 será o mais difícil de todos os tempos. Nesta edição, os convites feitos pela FIVB (mediante pagamento) não contemplaram times medianos, aqueles coadjuvantes satisfeitos apenas em marcar presença. Dois times turcos (Vakifbank e Eczacibasi), dois chineses (Tianjin e Guangdong), dois italianos (Conegliano e Novara) e dois brasileiros (Itambé/Minas e Dentil/Praia) contemplam a elite do vôlei feminino.

Se ainda tem dúvidas, faço uma lista das três melhores jogadoras do planeta atualmente. Aposta que a esmagadora maioria citará Ting Zhu, Boskovic e Egonu. Caso queira aumentar esse ranking para as 10 mais, grandes chances de incluir Rasic, Ognjenovic, De Gennaro, Hill, Kim e, sem complexo de vira-lata, Natália e Gabi.

Existe ainda um grupo de jovens talentosas rumando ao estrelato: Haak, Karakurt, Baladin, Yingying Li, Sylla, Chirichella… E ainda há uma turma de veteranas consagradas: Kosheleva, Hooker, Vasileva… E todas elas estarão na China, entre 3 e 8 de dezembro para a disputa do Mundial, como rivais de Praia e Minas.

Argumentos já suficientes para fazer aquele índice de confiança nos times brasileiros não estar tão alto. Junte então o início de Superliga dos dois. Ele não está sendo tão empolgante assim, apesar das quatro vitórias em quatro rodadas. Ainda falta entrosamento, fruto do longo calendário das seleções em 2019. O reforços contratados ainda são mais incógnitas do que certezas. Os dois técnicos ainda não conseguiram implantar suas convicções táticas de forma consistente.

Individualmente, as duas equipes estão recheadas de selecionáveis do país: Thaisa, Sheilla, Fernanda Garay, Carol, Léia, Macris, Walewska, Carol Gattaz…Algumas delas com nível parecido ou superior aos nomes internacionais citados no início deste texto. É preciso, sim, valorizar a qualidade verde-amarela, deixando claro que o sucesso de Praia e Minas neste Mundial dependerá de um funcionamento coletivo, não apenas de brilhos específicos de A, B ou C.

Com um sarrafo tão alto, os dois melhores times do Brasil na temporada passada precisarão fazer história para voltarem da China com um grande resultado. E, para mim, uma performance já digna de aplausos é estar entre as quatro semifinalistas.

Torcedore(a)s de Itambé/Minas e Dentil/Praia Clube, caso vocês valorizem apenas o título, talvez seja melhor não acompanhar o Mundial.

TEXTO DE DANIEL BORTOLETTO, PUBLICADO INICIALMENTE NO LANCE!

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