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Destaques - Fora de Quadra - 14 de fevereiro de 2020

Tifanny acusa Ana Paula de perseguição


A ponta/oposto Tifanny acusou a ex-jogadora Ana Paula de perseguição. A atleta do Sesi Bauru reclama do projeto que tramita na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), defendido pela medalhista olímpica. Segundo a proposta do deputado Altair Moraes (PRB), ficaria proibida a participação de atletas transexuais em competições oficiais no estado de São Paulo.

– É perseguição da Ana Paula, que está com eles fazendo toda essa palhaçada. É perseguição, porque não existe nenhum local no mundo em que os médicos comprovaram que temos vantagens físicas. Temos vantagem por ter talento, experiência. Não adianta, jogamos de igual para igual – disse, em entrevista ao Globo Esporte.

Ana Paula rebateu as acusações:

– Se é uma perseguição minha, é minha e de mais de 60 atletas olímpicas pelo mundo que enviaram uma carta ao Comitê Olímpico ano passado pedindo a revisão desta política. Eu sinto muito que a Tifanny tenha esse complexo narcisista, porque não é sobre ela. É um movimento mundial que está acontecendo, inclusive aqui nos Estados Unidos estou trabalhando com outras atletas olímpicas porque está afetando as bolsas universitárias para meninas. É um movimento de muitas atletas internacionais. Essa “inclusão” de trans, homens biológicos para o esporte, significa a exclusão de mulheres e meninas. Atletas de todo o mundo se movem contra essa política injusta para o esporte feminino – comentou ao site GE.com

Se a lei for aprovada, Tifanny não poderá mais defender o Sesi Bauru em jogos realizados no estado. Isso a deixaria fora de todo o Campeonato Estadual e de mais da metade da Superliga, já que 50% dos 12 participantes são paulista: Osasco Audax, Pinheiros, Sesi Bauru, Asa Valinhos, São Cristóvão/São Caetano e São Paulo/Barueri. Ela criticou os políticos favoráveis à mudança:

– Estou preocupada. O que penso é que são todos transfóbicos, pessoas ruins do coração e que não entendem medicina. São pessoas que inventam histórias, que usam o nome de Deus em vão. Eles fazem isso pelo próprio ego. Não adianta mostrar documentos, dados, não adianta mostrar nada. São pessoas que querem derrubar as mulheres trans e as pessoas trans do Brasil. A gente já tem tão pouco e o pouco que a gente tem eles querem tirar.